Estamos safos. Mesmo com o Sancho Pança fora de combate, o nosso D. Quixote arremeterá, de língua afiada, contra os cofres dos banqueiros alemães. E pô-los-á a tremelicar, pela certa!
1 - Arrepia-me a ideia de um dia ver Pedro Nuno Santos (PNS), neo-socialista radical, no poder como primeiro-ministro. Como é possível compreender a posição de alguns “notáveis” do PS em apoiar este indivíduo quixotesco para ser o secretário-geral deste partido! PNS é um protagonista político tóxico, também exótico, verdadeiramente fora do tempo. E do espaço.
2 - O Partido Socialista entrou a partir de 2015 em deriva ideológica para abocanhar o poder. Tonou-se oportunista. Habilidoso. Na questão governativa, já tinha mostrado a sua valia. Não foi capaz de levar uma legislatura até ao fim. E nas saídas, tristes e pouco honrosas, sempre deixou grandes “rabos de palha” para os outros os resolverem. Estas resoluções exigiram muitas dores e sacrifícios a um povo já demasiadamente castigado. Povo este que tem perdido qualidade de vida e de esperança. A sentir na pele os serviços públicos em degradação. Nem com maiorias absolutas se safa. Nunca foram capazes de ter um bom desempenho político e económico. Nem será nunca capaz, porque este país não lhe oferece as condições que o partido gostaria de ter: um tesouro a céu aberto e sem limites de extração.
Criar riqueza, nem pensar. Isso não é com eles. Distribuir à la carte, sim. E a todo o momento. Nisso são peritos. São dotados de muita sensibilidade social e aplicam-na bem com boas propagandas e de coração aberto. E com relativa facilidade. Os neo-socialistas estariam bem a governar, por exemplo, a Suíça, o Luxemburgo, a Dinamarca. Mas, não poderia ser por muito tempo. Teriam que ser vigiados e muito bem escrutinados. Implacavelmente escrutinados. Com rédea solta, eles encarregar-se-iam de deixar esses países atascados no pântano. E nas lonas.
3 - O PS corre o risco de ter na sua liderança um radical. Um militante instável e muito ideológico. Demonstrou-o ao longo do seu percurso como deputado e como ministro. Ainda recordámos as afirmações patéticas em Castelo de Paiva em 2011: “...os alemães que se ponham finos ou não pagamos. E se lhes dissermos que não pagamos, as pernas dos banqueiros alemães até tremem”. Estas afirmações hilariantes e anedóticas chegavam para o definir e para o país se acautelar com tamanho imberbe nos seus comandos. Mas, as patacoadas plantadas por este radical são muitas e bem coloridas. E para assear melhor o ramalhete deste garboso político extremista, convém recordar a atitude de rebelião que teve ao anunciar nos canais televisivos, sem autorização superior, a escolha pessoal do local do “novo aeroporto”. Esta afronta levou o primeiro-ministro a repreendê-lo e a obrigá-lo a pedir desculpas públicas. Mesmo com esta humilhação, não se demitiu, nem foi demitido. Um caso insólito!
4 - Mas, não ficaram por aqui as suas travessuras irresponsáveis. Pugnou com ardor pela renacionalização da TAP. Este atrevimento custou aos contribuintes portugueses “só” 3,2 mil milhões de euros e com despedimentos colectivos associados. Ainda não satisfeito em desbaratar recursos financeiros, “doou” 500 mil euros por indemnização a Alexandra Reis para abandonar o executivo da empresa aérea. Depois de todas as peripécias acerca deste caso em que tinha afirmado que nada sabia, veio um pouco mais tarde reconhecer o facto e dar o dito pelo não dito. Com esta mentira demitiu-se, finalmente, do governo.
5 - O que pode PNS dar de útil a este país? Uma nova geringonça? Mais crispação social? Mais atraso económico? Mais brincadeiras e mais bocas ideológicas fuleiras ?
Nada irá dar de útil, porque nunca chegará a bom porto. É aqui neste ponto que está o meu espanto em ver Francisco Assis, conhecido moderado e um feroz crítico ao acordo gerinçoncista de Costa a apoiá-lo. Apoio muito inesperado para todos. Surpreendente para os da sua tendência. Difícil de engolir, com certeza. Então, porque se pôs Assis a jeito e ao seu lado? Que mordomias lhe foram oferecidas? Isto dá que pensar? Não. Na política vale tudo. E mais alguma coisa. Então na versão neo-socialista é o fim da picada. Olhemos para a Espanha!