Ser mãe é assumir um dos papéis sociais mais complexos do ser humano. A mãe é a mulher que ama incondicionalmente o seu filho, sendo que este pode ter sido gerado dentro de si ou não. O papel maternal não se esgota na relação com filhos biológicos, pois pode ser exercido em relação a alguém com quem se sinta um amor desmedido e se assuma um papel de cuidadora.
Ser mãe implica deparar-se com inúmeros desafios. A vinda de um filho para uma casa de acolhimento pode ser um deles. Quando isto acontece é natural que se questione enquanto mãe, e que todas as dúvidas venham acompanhadas por angústia, culpa e sofrimento. Mas lembre-se que não existem mães perfeitas. Com o apoio dos profissionais da casa de acolhimento terá oportunidade de desenvolver competências parentais e de estar ciente do seguinte:
1. uma criança/jovem não precisa de uma mãe perfeita: precisa de uma mãe que não a abandone, que seja capaz de a aceitar com todas as suas qualidades e fragilidades;
2. não há que ter medo de reconhecer que erra com o seu filho: a parentalidade é algo que se aprende, e agora, com o apoio dos profissionais, terá muitas oportunidades para o fazer, só tem de confiar e de estar predisposta a isso;
3. e, por último, importa assumir uma atitude de total disponibilidade e estar atenta principalmente às necessidades emocionais do seu filho, pois o acolhimento pode ser tão difícil para ele quanto para si.
Ser mãe é viver acompanhada por paradoxos e inquietações que só o amor incondicional consegue amenizar. E, no final de um dia de trabalho de um profissional de uma casa de acolhimento, o melhor que se pode ouvir é “A minha mãe será sempre minha mãe…”.