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Novos “trilhos”

 

 

 

 

Dissertando acerca da forma como alguns progenitores educam os seus filhos, nos dias de hoje, ouvi um reconhecido sociólogo dizer o seguinte: “quando eu era criança e os meus pais decidiam irmos a um restaurante almoçar, bastava o meu pai dizer, calmamente, mas com firmeza: «senta-te». E eu sentava-me”. Já no tempo presente quando essa mesma cena acontece, o que vemos? Invariavelmente os pais perguntarem ao filho(a): onde te queres sentar? O que pretendes comer? qual a bebida e sobremesa que preferes?”. Isto, com medo de o contrariar e ter de suportar uma birra.

 Pois bem, este é o contraste que demonstra bem duas formas distintas de educar e formar o caráter de uma criança no respeito pelos seus educadores: a primeira, é a dela saber que deve cumprir as regras da boa educação e formação moral que lhe poderá ser útil para viver em sociedade. A outra, é a maneira mais propícia à desobediência e desrespeito para com os mais velhos que, por sinal, também são seus pais. Ficando um ser irritadiço e instável para enfrentar os desafios que lhe irão surgir pela frente. Já que ao primeiro revés, se deixará levar pelos instintos mais perversos. 

 A meu ver, uma grande parte das crianças atuais são tão mimadas e ficam de tal maneira confusas com tanta informação, como a da quase apologia á mudança de sexo, que muitas delas já nem sabem o que é melhor para elas: se serem raparigas, rapazes ou outra variante propagada no discurso vigente e alinhado ao politicamente correto. E embora muito pouco perceba de sexologia, a minha experiência de vida diz-me que estou diante de uma espécie de “radicalismo” da ideologia do género. 

 De tal ordem, que já há quem pergunte à jovem e frágil criatura: vá lá, escolhe qual a paraniosexual que queres ser? Heterossexual, homossexual, bissexual ou outra? Uma escolha, quantas vezes influenciada e precoce que nos dias que correm mais parece dar aos pais um tipo de orgulho moderno de terem um filho gay, uma filha lésbica, ou assim-assim. 

 Decisões tomadas à pressa, sem que a manifestação dessa ideia seja fruto de uma maturação bem pensada e não sujeita a um hipotético e tardio arrependimento. Mas alinhar nesta tarefa é o que hoje mais se incute na mente dos mais novos. E com resultados à vista. Pois é raro haver quem, na sociedade atual, contrarie esta massificação ideológica.

 Estamos a assistir à masculinização das meninas e à feminização dos meninos, com o beneplácito das feministas. Tanto é assim que a TV conseguiu guindar o futebol feminino para o topo das audiências e com êxito. Assim, um dia destes, iremos assistir a desafios mistos na 1.ª Liga nacional. Ou seja, na Luz, a Jéssica a jogar ao lado de Rafa; No Dragão, a Carol à defesa com o Marcano; em Alvalade, a Joana M. a alinhar com o Paulinho; na Pedreira, a Rute Costa a alternar com o Mateus. Tal como é pretendido, com as casas de banho e afins, para acabar com a tal discriminação sexista. 

 Ora, porque acredito mais em esbater as desigualdades, se eu dissesse que atingir a igualdade no mundo é uma utopia, ou algo inatingível, todos se atirariam a mim. Mas se afirmasse que o ser humano é único e irrepetível, certamente que a maioria das pessoas concordariam comigo. Porém, como o que se pretende é tudo arrebanhado e com muita fé em que não apareçam outros Rubiales, desta vida, o pessoal surfa a “onda”. 

 A exemplo da globalização dessa “agenda”, igualitária aconteceu-me precisar de adquirir um par de sapatos. Percorri a maioria das sapatarias e reparei que os modelos de que mais gostava eram de solas brancas, o que detesto. E para não embarcar na moda que me queriam impingir, acabei por comprar uns, a contragosto, mas de solas à cor. É assim que eu reajo ao que me tentam impor. 

 Estamos perante novos “trilhos” educativos e civilizacionais imprimidos à sociedade atual, sem que haja quem se questione onde eles irão levar a humanidade. E num frenesim andam os seus promotores a impô-los sem mais delongas.

Narciso Mendes

Narciso Mendes

18 setembro 2023