twitter

O maior político de sempre...

 

 



 


“Água benta e presunção cada um toma a que quer”. - ditado popular

 


1 - O primeiro-ministro de Portugal (P-MdP) é uma pérola raríssima na política europeia. Atrevo-me a dizer “europeia”, porque não consigo vislumbrar um político que se lhe compare. É o maior! Tem lugar garantido na cúpula da UE, se quiser. Na Europa, conhecem-no tanto como qualquer português conhece o primeiro-ministro dinamarquês, por exemplo. E eu estou a referir a Dinamarca que é um dos países mais ricos do mundo. Com desempenhos económicos fabulosos e com um Estado Social invejável. Em todo o caso, e apesar dos contrastes, o PMdP parece-me peça única em toda a linha, pelos gestos, pela atitude, pelo porte. Se não vejamos:

O P-MdP levanta a crista como nenhum; esboça sorrisos, por tudo e por nada, como nenhum; é optimista irritante como nenhum; promete como nenhum; desvaloriza coisas sérias na governação como nenhum; ufana-se como “fazedor” sem ter obra para apresentar como nenhum; propala crescimentos económicos, daqueles que não aquecem nem arrefecem, como nenhum; amua como nenhum. E mais itens existem, a referi-los, ocuparia toda esta página. Por isso, o país deveria estar imensamente agradecido por ter um político que lhe dá boa música.

 


2 - O cognome que lhe colaram ajusta-se na perfeição ao seu perfil: “ O Habilidoso”. Habilidoso, porquê? Por ter “aldrabado” os resultados eleitorais de 2015 para tomar o poder? Por ter iludido os seus “campagnons de route” na caminhada da estagnação económica, fazendo com que esses companheiros pagassem uma factura eleitoral bem pesada? Por desviar o foco dos problemas graves que vão surgindo na Saúde, na Educação, na Justiça, na Habitação, entre outros, fazendo de conta que tudo corre com normalidade no país? Por afrontar o Presidente da República a propósito da recusa de “demissão” de Galamba? Por avançar com anúncios de medidas, quando está acossado para desviar o foco das polémicas? Por ter inventado as cativações? Pela qualidade das reformas incrementadas? Que habilidade é esta, então?!

 


3 - O país não precisa de habilidosos para nada. A habilidade não augura boa saída. O país precisa de homens de classe, visionários, corajosos e, essencialmente, competentes. Quando se é competente, os problemas resolvem-se com naturalidade e não é necessário truques, nem subtilezas para esconder os falhanços na complexa arte de governar. Quando se é competente não é necessário andar de mão estendida pelos corredores de Bruxelas para suprir toda e qualquer adversidade. Quando se é competente produz-se riqueza e não é necessário andar a distribuir dez euritos para remediar misérias. Quando se é competente encara-se o país com seriedade e muita responsabilidade, de modo a preparar-se o futuro com ponderação e visão. Quando se é competente, usa-se a maioria absoluta com respeito pelos adversários. 

 


4 - As coisas funcionam no momento político à base de propaganda e de habilidades. Chegamos ao fim de oito anos de governação com o país num estado bem esburacado e com poucas hipóteses de se remendar tal situação. Os buracos são muitos para uma jornada que tem sido longa e infrutífera. Assim, a precariedade laboral está em alta; a Saúde continua uma lástima; a Educação, com mais de 100 mil alunos sem professores a todas as disciplinas; a economia arrasta-se penosamente; a dívida pública avança sem parar; a pobreza envergonha; a Habitação anda à deriva. Não teriam sido oito anos perdidos? Será que o P-MdP ainda não percebeu?

 


5 - Genial! Foi finalmente encontrado o Graal da política. Ou seja: uma reforma estrutural a sério: “premiar” os jovens com viagens de comboio para conhecerem o país e férias gratuitas nas pousadas da Juventude! Só falta agora arranjar um esquema idêntico para os velhotes. Até não era má ideia. Era uma forma simpática e genial de reconhecimento social por esta gente no fim dos seus dias. Assim, existiria um só “galho” para duas gerações bem distantes. E era justo!

 

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

17 setembro 2023