Deverei incluir a propaganda salazarista-marcelista da minha infância?). Não sei, a História está a dar-lhe alguma razão, hoje. O problema de base é, se para povos tão distraídos, irreflectidos, incultos e por natureza indisciplinados (como o nosso será), o sistema ideal deva ser o da Democracia Política; e não, um governo autocrático (e “educativo”); das muitas modalidades que se têm inventado e se continuarão a inventar. E digo isto eu, que nunca gostei muito de usar fardas…
A propaganda democrática). Apelava ela a um sedutor e substancial aumento da Liberdade pessoal; e a falsíssimas promessas de Fraternidade entre as pessoas (mas a ameaça de guerra civil no “verão quente” de 75 e depois, a “religião” do individualismo liberal e concorrencial, logo destruíram este mito…). E trazia no ventre a Descolonização, combinada previamente com os vários poderes estrangeiros, ela tão nefasta aos verdadeiros interesses portugueses. Em 1822 a Democracia custou-nos o Brasil; em 1974 foi a África.
A propaganda comunista). Embora por 1974 já fosse permitido a cada soviético ser dono de uma casa ou andar na cidade (e outra no campo), o estabelecimento da sociedade comunista (dita “socialista”) passou pela morte ou perseguição duma imensa quantidade de gente. O seu ideal é sem dúvida generoso; porém a eficácia económica é algo medíocre. E a sua tentativa de aplicação a Portugal em 74-77 passou por uma série de violências, mentiras e controlo dos “media” (ao estilo “bolchevista” de 1917), que juntas com a ignóbil Descolonização (racista…) foram suficientes para fazer triunfar a Reacção (Eanes, Jaime Neves, Sá Carneiro, Spínola, M. Soares, etc.).
Desvalorização das colónias). Antes e depois de 74, a facção democrática enfatizava apenas a morte dos soldados que por lá defendiam a Pátria. E escondia os 600 mil nacionais que para lá já tinham (com notório sucesso) emigrado. E desvalorizava cinicamente a imensa riqueza do petróleo, café e diamantes angolanos; e dos vastos espaços turísticos da bela Moçambique. E negava o valor da aliança lusa com a África do Sul, Rodésia e EUA (de Nixon).
Encobrimento do assassinato de Sá Carneiro). Os acidentes aéreos são tão raros que, quando cai um avião com políticos lá dentro, as hipóteses de sabotagem são de 95%. Tal aconteceu com Machel (1986) Chu en Lai (76), gen. Sanjurjo (36), gen. Mola (37), John Kennedy jnr, Carlos Gardel (35), Leslie Howard (43) e outros. As últimas investigações parlamentares, finalmente favorecem a tese do atentado (25 anos depois…). Aqueles que, ingenuamente ou não, defenderam que foi “acidente” (p. ex., toda a cúpula do PSD…) ainda por aí andam, com excelentes carreiras políticas ou empregos. Desde Moita Flores a Barata Feyo, de Balsemão ao próprio actual PR.
Vantagem da concorrência económica cega). Portugal (e o mundo) passaram, nos anos 80, a acolher a propaganda do Mercado (interno e externo) desregulado; do fim do Proteccionismo. Doutrina reformulada pelo judeu Milton Friedman e abraçada pela “sagrada aliança” dos políticos ocidentais da altura (Reagan, Thatcher, Walesa, Havel,etc.). O que levou, depois, à Globalização (hoje finalmente contestada).
Passagem da CEE para CE (e EU…). Na onda do ultra-liberalismo reinante, os políticos democráticos europeus (com controle absoluto dos “media” ) conseguiram transformar o antigo Mercado Comum Europeu (“do carvão e do aço”) numa Comunidade Económica; e depois, sem qualquer autorização para tal, numa espécie de Federação (política), a que chamaram União Europeia. Referendos, quando os houve, repetiam-se até “darem certo”. O tratado de Maastricht (1992) foi “linha vermelha” que não deveria ter sido ultrapassada. E “Schengen” (a tal “fortaleza europeia” cheia de buracos por onde entram milhões de falsos refugiados) é insuficiente para o fim a que se destinava.
As “obras faraónicas” que temos aceitado). Propõem-no-las, mas nunca nos explicam que irão ter “derrapagens” e que tudo isso será pago com os nossos impostos. Foi a Expo; o Euro; as barragens em rios secos que antes eram paraísos da Natureza (Tua e Sabor); a infestação das nossas serras com 3 mil ventoinhas eólicas; e as auto-estradas e viadutos de Sócrates, que levarão quase 100 anos a pagar.
Eucaliptização e incêndios). A “pasta de papel” substituiu os rendimentos do café e petróleo angolanos. E nunca foi explicado ao povo que, ano após ano, o País arde para ser eucaliptizado.
A invasão do Iraque de 2003). Outro grande logro foi o nosso apoio à ignóbil 2.ª invasão americana do Iraque e enforcamento do seu presidente. O que originou o espalhar de um terrorismo abjecto (DAESH); o qual só foi travado pela acção conjunta do pres. sírio Assad, ajudado pela aviação russa de Pútine (e Siróvikin); que agora são “os maus da fita”…
O gradual e inegável cerco da Fed. Russa pela NATO). Desde 1991 (fim da URSS) que a NATO vem incorporando (contra as solenes promessas feitas a Gorbátchov) quase todos os países que compunham o Pacto de Varsóvia (incl. Bulgária e Roménia); e agora Finlândia, essa antiga província czarista. Projectam agora anexar uma parte da “Rússia histórica” (a Ucrânia). O que constitui uma provocação que pode sair muito cara (ao Mundo inteiro). Para já, parecem ter conseguido “apenas” uma futura e duradoura aliança politico-militar entre Rússia (que incluirá a Bielo-Rússia) e a China e seus satélites na Ásia (Coreia, Mongólia, Cambodja, Viet-Nam, etc.). Bonito serviço…
Os principais logros políticos que vivi

Eduardo Tomás Alves
30 maio 2023