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Melanoma: principais fatores de risco

O melanoma é um tipo de cancro de pele que surge nas células responsáveis pela produção de pigmento, conhecidas como melanócitos. Embora seja menos comum do que outros tipos de cancro de pele, como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, o melanoma é mais perigoso porque pode metastizar rapidamente para outras partes do corpo se não for diagnosticado e tratado precocemente. A sua incidência tem aumentado nas últimas décadas e estima-se que anualmente, em Portugal, existam 1000 novos casos e que, ao longo da vida, 1 em cada 50 pessoas venha a ter um melanoma. 

Existem vários fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver melanoma. Alguns desses fatores são controláveis, enquanto outros não podem ser modificados. Entre os fatores de risco não controláveis estão: a história familiar de melanoma - pessoas que têm um ou mais familiares de primeiro grau (pais, irmãos ou filhos) com melanoma têm um risco aumentado de desenvolver a doença – o fotótipo, pessoas com pele clara, sardas, cabelos claros e olhos claros têm maior risco de desenvolver melanoma do que aquelas com pele mais escura, a presença de elevado número de nevos melanocíticos (vulgarmente designados como “sinais”) e a idade – sabemos que o risco de melanoma aumenta com o envelhecimento, especialmente após os 50 anos. Entre os fatores de risco controláveis estão a exposição solar excessiva - especialmente durante a infância e adolescência, associada a queimaduras solares e o uso de solários. Usar protetor solar e evitar o sol nas horas mais quentes do dia (entre as 11h e as 17h) ajuda a reduzir o risco de melanoma!

Como pode ser feita a deteção de um melanoma? O melanoma geralmente surge de novo como uma mancha escura podendo também surgir a partir da transformação de um nevo (“sinal”) pré-existente. Muitas vezes surge como um “sinal” que se destaca, pela sua cor, dimensão ou outras características, em relação aos demais – geralmente designado por “sinal patinho feio”. O diagnóstico e tratamento atempados são cruciais para a taxa de cura, sendo que esta pode ultrapassar os 95% quando o melanoma é detetado e tratado precocemente. No entanto em lesões com mais tempo de evolução, que estão geralmente mais avançadas, a probabilidade de sobrevida diminui consideravelmente. A chave para o reconhecimento precoce é o autoexame regular. Este deve ser realizado a cada 1 ou 2 meses e compreender a observação da totalidade da pele e mucosas, incluindo lábios, boca, orelhas, couro cabeludo, genitais, plantas dos pés e palmas das mãos, bem como espaços entre os dedos. A distinção do melanoma relativamente aos nevos benignos nem sempre é fácil. Existe uma regra, denominada ABCDE que pode ajudar a identificar o melanoma. Segundo esta regra, qualquer lesão cutânea com assimetria, irregularidade dos bordos, múltiplas cores (sobretudo se uma delas for o preto ou castanho muito escuro), dimensão superior a 5 mm ou com evolução, ou seja, alteração recente do aspeto, deve ser considerada suspeita e deve motivar a procura de um dermatologista.

Esteja alerta, observe o seu corpo e proteja-se!

Catarina Dias Cerqueira

Catarina Dias Cerqueira

26 maio 2023