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Ainda não chega de brincadeira?!

1 - Enquanto houver na lista artistas do calibre da boyada, eu estarei disponível para assistir aos sublimes espectáculos gratuitos (?) que presenteiam este povo sempre ávido de novidades subsidiárias e de representações geniais. Como recompensa vai recebendo graciosamente uns euritos para o contentar. Eles – os novos governantes – são mesmo geniais na arte do teatro das marionetes. E não fazem isso por menos, sem ser preciso aparentemente Robertos e Cabeçudos que, no seu trabalho manipulado, se cabeceiam com estrondos uns aos outros. Muitos desses artistas geniais, a maioria, vêm  carimbados das famosas escolinhas partidárias. Das Jotas, claro. Ascendem ao pedestal dos poderes, num instante, basta para isso aprenderem com subtileza a engraxar o cabedal aos craques e mandar umas patacoadas bem faladas naqueles momentos de fricção política, passando a ideia que são dotados de habilidades argumentativas extraordinárias, mesmo que se limitem a papaguear plágios ressequidos. Isso, não interessa. Não interessa mesmo. O que interessa é fazer papel de emplastro, de engrossar a voz e de gesticular contra os “moinhos de vento” (oposição) como bem esgrimia D. Quixote. Depois, assegurar, com olho vivo, um lugarzinho como assessor de alguma coisa, a boyada recebe a folha de férias com grossa maquia para a idade, para a qualidade e para o tempo de serviço. Com a folha de férias afinada, música tem outro andamento!

 


2 - Olhando perifericamente para o amontoado social, depressa me apercebo que a “arraia miúda” está inquieta, embora divertida, com o desenrolar do espectáculo dos gigantones agora fixado na tenda da CPI para aquilatar as capacidades de resistência do chefe da missão e de se entender um poucochinho o desbarato esbanjado da pipa de massa que a empresa de “bandeira” recebeu pelas boas graças concedidas. Não vale a pena perguntar como foi isso possível, porque as galambices são tantas e tão surripiadas que não dá para entender patavina. 

 


3 - O caso TAP é deveras complicado. Esta é a verdade. Para se desfiar o novelo enrodilhado da exoneração telefónica do adjunto foi preciso que alguém chamasse as “secretas”, serviço que se pôs a jeito para deixar de ser secreto e colocar o país em modo apatetado, com o intuito de se averiguar o famoso “roubo” do computador. O episódio das cenas de pancadaria no bureau das Infraestruturas dava um bom filme kafkiano, não faltando vidros partidos, bicicleta no ar, mochila amarrotada e uma ida às urgências hospitalares para se colocarem uns pensos rápidos nos hematomas da desgraçada funcionária. Não era coisa que se fizesse a tão diligente serviçal.

 


4 - Fiquei deveras atónito, quando vi a ex-ministra demitida da Administração Interna a caminhar para os aposentos da CPI, a propósito da trapalhada do SIS. Agora, a afogueada militante está a liderar o SIRP - Serviço de Informações da República Portuguesa. Depois de ser enxotada pela Sua Excelência de Belém, coube ao “inquilino beneditino” dar-lhe um tachinho para a entreter nas descobertas de imbróglios como saber que informações continha os ficheiros do dito portátil. Não há como ter sempre disponível um lugarzinho de confiança para os amigos ou correligionários. Dá muito jeito. E os outros não são de confiar.

 


5 - Não há instituição pública neste país que não tenha socialistas nos comandos. Até na Santa Casa (SC) isso acontece. Foi agora nomeada mais uma ex-ministra socrática para a presidência da SC e para a acompanhar na gestão mais um ex-secretário de Estado, este com 78 anos. Parece impossível que neste país não haja gente qualificada e de firme competência, não socialista, para liderar organismos públicos. O socialismo é isto: nós somos os donos disto tudo. 

A grande questão deste abuso do poder é que, quando os socialistas forem de guias, essa gente que amarfanhou os tachos todos também seguir-lhe-á as pisadas e os seus lugares serão ocupados por nova “boyada”, numa cadência inaceitável e pouco ou nada recomendável e democrática. Depois, as cúpulas pensantes se queixam que a democracia está de rastos. A definhar. Pudera! Não será tempo de acabar com estas brincadeiras insensatas, nepotistas e abusadoras? Senhores políticos, ganhem vergonha! Respeitem este povo! Falem verdade!

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

21 maio 2023