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O sistema VAR e o seu benefício

No futebol, em Portugal, tudo que seja implementado para o tornar mais eficiente e, sobretudo, mais transparente, acaba por ser tema escolhido para levar com a culpa e distrair as atenções dos verdadeiros motivos do insucesso. O sistema do vídeo-árbitro foi implementado, na principal Liga de futebol, a partir da época 2017/18. Funciona, numa sala, nas instalações da Cidade do Futebol, sede da Federação, em Oeiras, e é composto por três elementos – o vídeo-árbitro (VAR), o assistente de vídeo-árbitro (AVAR) e o operador de imagem (RO). A sua principal função é apoiar as decisões do árbitro principal, no sentido de corrigir aquelas que tenham sido claramente erradas, em momentos-chave do jogo, bem como outras situações, graves, que tenham ocorrido e passado despercebidas à equipa de arbitragem, a saber: a. Golo/não golo b. Penálti/não penálti c. Cartão vermelho direto (mas não uma segunda advertência) d. Erro de identificação por parte do árbitro (quando o árbitro adverte ou expulsa o jogador errado da equipa infratora). O papel do vídeo-árbitro pode ser desempenhado por árbitros da categoria principal e por antigos árbitros. Nesta matéria, é fundamental a especialização na função de vídeo-arbitragem, tendo elementos que exerçam a função em exclusivo. E, sendo certo que o VAR não é um modelo perfeito, julgo ser consensual que se registaram melhorias significativas após a sua implementação/afinamento. Também é certo que se têm verificado algumas situações/decisões inaceitáveis, que colocaram em causa a verdade desportiva de determinados jogos, e devido a pura incompetência ou, o que seria preocupante, outras razões menos transparentes. No entanto, nunca se verificou a admissão de erros (e pedidos de desculpa), com a consequente responsabilização de quem cometeu as falhas, por parte Conselho de Arbitragem, tal como aconteceu, recentemente, na Liga inglesa, em que as entidades responsáveis assumiram a responsabilidade e tomaram medidas. Como todos sabemos, em terras de Sua Majestade, a impunidade não se encontra enraizada como em Portugal. Entendo que o Conselho de Arbitragem português deve defender, acima de tudo, a arbitragem em Portugal, e o nosso futebol necessita de mais transparência e integridade, sendo, para tal, necessário a criação de uma entidade independente que englobe a arbitragem e a comissão de elaboração de regulamentos disciplinares. Para parar o encobrimento.
Autor: João Gomes

João Gomes

João Gomes

23 fevereiro 2023