A época interna do SC Braga tem sido bastante positiva, como atestam os resultados até aqui obtidos. A saída de Vitinha para o Marselha, a bem do equilíbrio financeiro, deixou um vazio em Braga, que as entradas oportunas de Pizzi e Bruma parecem preencher. Veremos o que o futuro dirá sobre este tema.
Sobre os relvados nacionais o SC Braga encontra-se bem posicionado na liga portuguesa, mantendo um foco definido no pódio, para o qual é importante lutar até final da temporada. Mas é preciso estar muito atento a tudo o que se possa passar fora do retângulo de jogo, pois os interesses instalados adulteram, por vezes, a verdade desportiva, valendo tudo para impor a normalidade futebolística que o país deseja manter como tradição e que os Gverreiros do Minho teimam em desafiar.
A jornada 21 levou a Braga uma equipa do Arouca que está distante daquela que fora goleada no jogo da primeira volta em casa frente e que se perfila como a equipa que mais evoluiu ao longo da competição. A equipa técnica arouquense está mesmo a fazer um grande trabalho, que coloca a equipa próxima de uma luta europeia que poucos vaticinavam no início da liga. A juntar às dificuldades próprias do adversário, o SC Braga tinha de lidar com o desgosto e desgaste europeu provocado por uma goleada sofrida na Pedreira, frente à Fiorentina. No final desse jogo europeu, que significava a estreia na Liga Conferência, os adeptos perceberam bem a noite negra e fria que a equipa tivera e aplaudiram, dando um sinal claro e inequívoco de que ela nunca caminhará sozinha, pelo que não espantou que o jogo frente ao Arouca tivesse, uma vez mais, um número de adeptos que orgulha a Legião.
A cura da ressaca europeia começou a ser desenhada bem cedo, quando Abel Ruiz finalizou com classe uma grande jogada coletiva construída nos primeiros dezoito segundos de jogo, conseguindo o golo mais rápido da liga até ao momento. Estavam superados os vinte e dois segundos de que Banza necessitou na primeira volta, entre estas equipas, para inaugurar o marcador. A entrada forte possibilitou mais duas chances de golo prematuras, mas que não foram transformadas em golo, o que deixou muita incerteza no resultado e no jogo. O segundo golo surgiu tarde, por Banza, que, apesar de uma seca de vários meses em termos de golos, se mantém perto dos melhores finalizadores, e sossegou as almas Gverreiras, dentro e fora do relvado, pois havia uma consciência generalizada da importância de obter o triunfo neste jogo, rumo à consolidação da posição de pódio que a equipa ocupa.
A Taça de Portugal está dentro das aspirações bracarenses, uma vez que o apuramento para as meias-finais foi conseguido com muito querer, frente a adversários complicados, como são o Vitória SC e o SL Benfica, além da superação inicial do Felgueiras e do Moreirense. Como esta competição apenas será retomada nos finais de abril próximo, o calendário alivia por agora e permite uma melhor preparação dos jogos da liga portuguesa. Para este alívio contribui, indesejadamente, o destino traçado na eliminatória europeia, onde apenas o prestígio se joga, pelo que é perfeitamente aceitável que Artur Jorge faça descansar os jogadores mais utilizados, por forma a ter uma equipa fresca na próxima jornada, em que a curta deslocação a Guimarães representa sempre um ambiente especial entre os eternos rivais do Minho.
Autor: ANTÓNIO COSTA