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Os nossos heróis). Há bastantes anos atrás, em conversa com um dos meus ocasionais colegas de futebol amador (de salão), Thomas Hüsgen, filho dum antigo director do Colégio Alemão, do Porto, falávamos de quem eram os nossos heróis. Para meu espanto, ele (mais novo que eu uns anos) referiu que talvez escolhesse Robert Koch (1843-1910, que descobriu os bacilos da tuberculose e da cólera). Isso contrastava bastante com a minha formação de português, cuja educação começou ainda durante o “marcelismo”, associando mais a ideia de heróis, àqueles que se destacam na Política ou na Guerra. Os quais também nos salvam a vida ou a liberdade, embora tanta vez à custa de vidas ou liberdades de gentes que de algum modo nos são adversas. Foi deste modo que ainda não há muito tempo, aqui no DM, eu fiz uma pequena triagem e declarei que, se tivesse de escolher mesmo, talvez os meus principais heróis fossem Bismarck, a rainha Victoria, D. Afonso Henriques e o espanhol Francisco Franco. Prevalecia a lógica dos meus primeiros estudos (ainda hoje, talvez). Aproveito para dizer que, nesta linha, logo no degrau abaixo ficavam Leónidas (rei de Esparta); Viriato; Vercingetorix; Ambiorrix (o líder resistente belga que Júlio César nunca apanhou); Armínio (o génio da batalha de Teutoburgo); Mitradates IV Eupátor (rei do Ponto); César e M. António (já que eu sou um homem da “estrada real”, decalcada na via romana que ligava Lisboa, a Braga e Astorga, por Santarém, Coimbra, Olivª de Azeméis, Gaia e Famalicão). E ainda outros, como Nelson, J. Wolfe (m. 1759), Lettow-Vorbeck, Paul Krueger…
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A cultura e a civilização nascem da Guerra). Assim é, ainda hoje, com os nossos (vários) modos de pensar, que são apenas os que foram autorizados pelos vencedores da 2.ª Guerra Mundial (que já lá vai há quase 80 anos…) Quando não são as guerras a determinar, são normalmente as Revoluções (sempre violentas, “pequenas guerras” que a Autoridade perde para os até então, opositores). Daí o peso que eu dou aos políticos, militares e criadores de religiões; mais ainda que aos cientistas e ideólogos “pacíficos”.
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O contraste entre Esparta e Atenas). Esparta era um reino dual, militar, em que por motivos raciais ou demográficos, a classe dominante explorava os trabalhos dos “periecos” (os colaboracionistas, assimiláveis) e escravizava os “hilotas” (filhos irredimíveis dos antigos povoadores). Os adolescentes espartanos iam para os montes viver sozinhos, predando e sobrevivendo; de modo que regressavam com a solidariedade e os “killing instincts” dos soldados de elite que seriam no futuro (bem reveladas em Thermopilai”). Já Atenas, desde o séc. V a. C. (mas com longos intervalos) tornou-se o berço da Democracia europeia e da Ciência. Porém, nem todos tinham o direito de votar; certos cidadãos eram até “ostracizados” (expulsos); a pena de morte (Sócrates) e as rivalidades eram frequentes; os escravos e as mulheres não votavam. A Roma republicana (antes de Augusto, séc. I a. C.) era um émulo bem sucedido de Atenas. Quando muito jovem, eu senti apelo por Esparta e por Roma (aprendi latim com entusiasmo e muito sucesso). Não que não soubesse apreciar Atenas: a sua arquitectura e estatuária notáveis; a sua capacidade naval e militar, bem sucedidas apesar das divisões democráticas; o poder filosófico da liberdade individual, que sempre me foi bem afecto.
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A liberdade individual pode impedir a liberdade nacional). Este foi o tema que escolhi, logo quando o DM passou a ser dirigido pelo filósofo Luís da Silva Pereira. E é um argumento que se deve ter em conta quando se critica a forma como são governados países imensos, como a China ou a Federação Russa (esta última até parece ser uma Democracia, com o acaso de ter emergido dentro dela e se ter mantido no poder, um político muito popular, V. Putin). E que Liberdade temos nós outros? Sobretudo a liberdade da droga, das tatuagens, dos vícios sexuais e do tráfico humano, do branqueamento de capitais, da total devassa electrónica do quotidiano dos cidadãos, da reles decadência das Artes (incl. a arquitectura), da estupidificação programada das massas.
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Governados por uma UE, nunca referendada). Que é mera distribuidora de dinheiros, mas se arroga o direito de nos fazer as principais leis dos nossos países. E de, pior, nos representar numa hipotética declaração de guerra nuclear à Rússia, nada menos… Bonita democracia, a nossa.
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Zelenski e outros verdadeiros actores, na Política). É assim, pois, natural que a Democracia recorra a actores profissionais (ou pessoas do “meio”) para levar a sua avante. Daí, Zelenski. Ou Reagan, Peppe Grilo, Cicciolina, Boris Johnson, Berlusconi… Há aliás uma semelhança física grande entre o notável Charlie Chaplin (que tinha raízes judaicas e ciganas) e o seu medíocre correligionário Zelenski. E uma atitude geral parecida. A de fazer bravatas, provocações e dizer depois: “anda cá, sou pequenino, mas vê lá se me consegues apanhar…”.
Autor: Eduardo Tomás Alves