OSecretário Geral do Sínodo, Cardeal Mario Grech, defendeu ontem que o processo sinodal que se encontra em curso na Igreja é consequência do que foi discutido no Concílio Vaticano II, convocado no dia 25 de Dezembro de 1961, através da bula papal “Humanae salutis”, pelo Papa João XXIII, e finalizado no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.
A ideia foi sustentada na aula aberta que o Cardeal Mario Grech proferiu na manhã de ontem no Auditório Isidro Alves, na Universidade Católica Portuguesa, em Braga.
Falando aos jornalistas à margem da iniciativa, sua eminência realçou que o processo sinodal é o colocar em prática aquilo que se aprendeu no Concílio Vaticano II. «É colocar em prática o ensinamento vindo do Vaticano II. Especialmente o ensinamento sobre a Igreja. É, um revisitar o Vaticano II, e resgatar certas verdades que durante anos não foram desvendadas», disse.
Para o Cardeal Mario Grech, a sinodalidade «é uma nova tentativa da Igreja implementar o Concílio Vaticano II» e, na sua opinião, «aqueles que não estão de acordo com a sinodalidade talvez seja porque não estejam de acordo com o Concílio Vaticano II».
Na sua conferência, o Secretário Geral do Sínodo vincou a sua satisfação pelas respostas que obteve por parte do Povo de Deus desafiado a participar neste processo sinodal. «Foi fantástico. Ficámos supreendidos. Nunca na história dos Sínodos houve tantas respostas. Quase todas as Conferências Episcopais submeteram os seus resultados e isso é muito revelador. Isto significa que o Povo de Deus, de uma forma ou de outra, demonstrou estar envolvido, e que estamos a tratar de um assunto que realmente toca a vocação individual e coletiva», explicou aos jornalistas.
Confrontado com o facto do relatório final apresentado pela Conferência Episcopal Portuguesa ter gerado algum mal estar por alguns membros da Igreja que dizem não se identificarem com as conclusões, o Cardeal Mario Grech defendeu que, desde logo estas reações são «um facto positivo». «Quero dizer que, o que está a fazer a Conferência Episcopal Portuguesa é relevante. Eu preocupo-me é quando ninguém contesta. Mas quero dizer que, mesmo criada esta tensão, ela é positiva porque pode gerar depois um diálogo mais aprofundado», salientou o Secretário Geral do Sínodo que está de visita a Portugal a convite do Arcebispo de Braga.
Autor: Redação