A cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani estão a percorrer a arquidiocese de Braga desde 29 de janeiro e, a partir de 03 de março, vão estar um mês na diocese de Aveiro, onde passarão pelas 101 paróquias.A viagem entre Braga e Aveiro será feita de comboio, com a despedida dos símbolos da arquidiocese a ter lugar, ao final do dia de 3 de março, na estação ferroviária da cidade, depois de uma cerimónia na Sé Primaz de Braga, agendada para as 17h00.
Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”, informa a organização da Jornada.Com 3,8 metros de altura, a cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.
“Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso, enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, segundo uma nota sobre a JMJ Lisboa 2023, que acrescenta que, “em 1985, esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o papa”.“Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase três mil pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil”, adianta a nota.
Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.“É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescenta o documento divulgado pelo gabinete de comunicação da JMJ Lisboa 2023.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto deste ano, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As JMJ nasceram por iniciativa do papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).A edição deste ano, que será encerrada pelo papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
O papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJLisboa2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. Este gesto marcou a abertura mundial das inscrições para o encontro mundial de jovens com o papa.
Autor: Redação/Lusa