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Igreja de Braga quer acompanhar vítimas de todo o tipo de violência

Igreja de Braga quer acompanhar vítimas de todo o tipo de violência
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Publicado em 19 de fevereiro de 2023, às 11:34

Na mensagem para a Quaresma, D. José Cordeiro lembra que vai começar um tempo litúrgico "por excelência de oração, de jejum, de penitência, da mudança do coração".

OArcebispo Metropolita de Braga, numa mensagem para a Quaresma, afirma que a Igreja quer estar próxima e acompanhar as pessoas que sofrem e que estão numa situação de fragilidade.

«Queremos rezar e acompanhar de uma maneira especial as pessoas que foram e que são vítimas de todo o tipo de violência. Que sintam a proximidade do nosso coração, o desejo da transformação desta Igreja fragilizada, mas que na Cruz encontra o sentido pleno da vida e da ressureição. Para que no cuidado uns pelos outros, uns com os outros, sejamos a Igreja sinodal Samaritana, salientando pelos nossos gestos, pela nossa vida, que onde há amor verdadeiro, aí habita Deus», declara D. José Cordeiro.

A mensagem, transmitida em vídeo, surge na semana em que a Igreja Católica recebeu o resultado do trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja em Portugal, que validou 512 testemunhos de vítimas de abusos sexuais entre 1950 e 2022.

Em declarações à Agência Ecclesia, D. José Cordeiro referiu que «é com dor e sofrimento» que a Igreja escuta «a voz dos que sofrem das vítimas de tantos abusos e de todos os tipos (sexuais, de poder e consciência)» e fala na vontade de afirmar a Igreja como um lugar de «reconciliação, de vida saudável, de encontro, fraternidade e respeito».

“Tudo deveremos fazer para que a Igreja seja este lugar de reconciliação, um lugar da vida saudável e sobretudo, nesta compaixão de uns para os outros, criando mecanismos de cultura de cuidado, do encontro, da fraternidade, do respeito e sermos o que somos chamados a ser, a Igreja que Jesus quer e espera de nós», defendeu.

Para o prelado, o relatório da Comissão que estudou os abusos sexuais na Igreja, tem de levar a uma reflexão e à assunção de consequências, para que a Igreja «seja cada vez mais um lugar seguro, sadio, lugar de reconciliação, do perdão, da conversão e do acompanhamento de todos, mas de forma especial dos mais pequenos, vulneráveis».

Na Arquidiocese de Braga, essa reflexão já foi feita no âmbito do conselho presbiteral, disse D. José Cordeiro.

Esta mensagem vídeo dirigida aos fiéis diocesanos como que complementa a mensagem escrita para a Quaresma/Páscoa, “Habitando entre nós... para libertar! “Foi para a verdadeira liberdade que Cristo vos libertou!” (Gl 5, 1), e assinada também pelos dois bispos auxiliares, D. Nuno Almeida e D. Delfim Gomes.

O prelado lembra que o tempo da Quaresma é um «tempo por excelência de oração, de jejum, de penitência, da mudança do coração».

«O amor tem a forma de uma cruz e neste tempo santo da Quaresma é uma oportunidade favorável de escuta do coração», sugere D. José, acrescentando que «foi para a libertação» que Deus «veio habitar no meio de nós, que morreu e ressuscitou e está vivo no meio de nós».

A mensagem é difundida a partir da Torre Medieval - Museu Pio XII, onde está patente uma exposição que dá a conhecer a paróquia de Santa Cecília de Ocua, diocese de Pemba, Moçambique, que está confiada à Arquidiocese de Braga.

«Este espírito missionário, no contexto em que nos encontramos desta exposição, abre também o tempo da Quaresma», afirma o Arcebispo de Braga que começa a mensagem com a palavra “salama”, saudação típica daquela que é a 552.ª paróquia da Arquidiocese.

Recorde-se que parte da renúncia quaresmal na Arquidiocese destina-se para a missão na paróquia de Ocua.


Autor: Jorge Oliveira