O Arcebispo Primaz de Braga manifestou hoje, no Santuário de São Bento da Porta Aberta, em Terras de Bouro, a sua apreensão face à realidade da situação laboral no território da Arquidiocese e do resto do país e reivindicou do governo «novas políticas que garantam trabalho digno a todos».
«Preocupa-me o desemprego com os número a crescerem permanentemente. A situação social que estamos a viver não pode ser negligenciada e nós os católicos teremos de fazer mais alguma coisa pelo bem estar das nossa famílias», disse D. Jorge Ortiga na missa pontifical em honra de São Bento, naquela que foi a segunda romaria do ano em honra do Pai e Padroeiro da Europa.
Sem querer dramatizar, o prelado notou que a pobreza é uma realidade e está à vista, mas «nem sempre as estatísticas dos órgão oficiais apresentam o verdadeiro rosto da situação».
«Temos o direito de esperar dos nossos governantes novas políticas que garantam a todos o trabalho digno, capaz de permitir uma vida familiar tranquila e confiante no futuro», disse o responsável religioso.
D. Jorge Ortiga alertou que a precariedade do trabalho assim como o desemprego já estão a provocar «dramas familiares» e prevê-se que «tudo se agrave»
«Eu olho para as pequenas empresas familiares que encerram, o mundo da restauração e da hotelaria lutam desesperadamente para subsistir e nós não podemos viver só de subsídios e moratórias», assinalou.
Na linha do programa pastoral da Arquidiocese, que preconiza uma igreja samaritana, o Arcebispo de Braga desafiou os cristãos a «espevitar o olhar» e a serem «sentinelas» nas comunidade onde vivem, não ficando apenas preocupados com o bem estar da suas famílias.
D. Jorge Ortiga fez estes alertas na homilia depois de se referir à regra ou ao carisma de São Bento: oração e trabalho.
Na Solenidade de S. Bento, D. Jorge Ortiga referiu-se também ao que o Verão, novamente em pandemia, poderá proporcionar às terras do Gerês, sempre muito procuradas no período de férias.
Diante de uma assembleia em que se encontrava o presidente da Câmara de Terras de Bouro e os membros da Irmandade de São Bento da Porta Aberta o Arcebispo sublinhou que é necessário «saber acolher a ter a capacidade de responder com qualidade às solicitações» dos visitantes, dos turistas e dos peregrinos/romeiros.
[Notícia completa na edição impressa do Diário do Minho]
Autor: Jorge Oliveira
Arcebispo de Braga reivindica políticas que garantam «trabalho digno»

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Publicado em 11 de julho de 2021, às 16:32