O Arcebispo Metropolita de Braga presidiu, hoje, ao início das solenidades da Semana Santa na cidade de Braga, primeiro com a bênção dos Ramos, na igreja de S. Paulo, e de seguida com a celebração da Missa de Domingo de Ramos, na Sé Primaz, onde à entrada foi cumprido o tradicional rito bracarense de abrir a porta da Catedral com a cruz de Cristo, evocando a “Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém”.
No inicio da homilia, D. José Cordeiro, refletindo sobre a primeira Leitura (profeta Isaías), falou na importância de escutar e de dar uma palavra de alento aos que andam «mais abatidos».
«A inteira Semana Santa é uma ocasião preciosa para começar de novo. Peregrinar na esperança é um caminho para um encontro vivo, pessoal e comunitário com Jesus Cristo», disse D. José Cordeiro, convidando as centenas de fiéis presentes na Sé a deixarem-se atrair pela Cruz de Jesus.
O Arcebispo desafiou os cristãos a viverem a Semana Santa atraídos pela cruz de Jesus Cristo como “peregrinos da esperança” e comprometidos com o Evangelho e prática da Doutrina Social da Igreja.
«A celebração da liturgia e as expressões da piedade tão popular nestes dias, em especial em Braga, encorajem e envolvam ainda mais as comunidades cristãs nos sinais da peregrinação de esperança», pediu o Arcebispo Metropolita de Braga.
Neste tempo propício à conversão e à renovação espiritual, os cristãos devem, assim, procurar promover «a paz, a vida, o diálogo, o perdão, a família, a dignidade no trabalho».
Nas suas preocupações e missões diárias devem estar também «as pessoas com deficiência, os cuidados continuados, os cuidados paliativos, as vítimas de todos os abusos, os presos, os doentes, os jovens, os migrantes, os idosos, os pobres, o bem-comum».
O Arcebispo de Braga desejou ainda que na Semana Santa as igrejas estejam de portas abertas e se «revalorize a adoração eucarística», na cidade de Braga e na Arquidiocese, «como está pouco a pouco a acontecer».
«Queremos que as igrejas sejam também lugares de portas abertas, não só na sua arquitetura e geografia, mas naquilo que significam da hospitalidade, a todos os que querem de coração sincero e verdadeiro seguir Jesus», declarou D. José Cordeiro.
A celebração do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor iniciou-se com a bênção dos ramos na Igreja de S. Paulo, seguida da procissão até à Sé Primaz, onde foi revivido o rito peculiar bracarense de abrir a porta da Catedral com a cruz de Cristo, numa evocação da Entrada Triunfal de Jesus em Jerusálem.
Na homilia, intitulada “Folhas de Peregrinação”, Arcebispo explicou que a passagem pela porta, com ramos de oliveira benzidos, significa a passagem do ser humano para Deus através de Jesus Cristo.
«Tem, além da sua função prática este apelo de passagem, de Páscoa, da condição de peregrinos à de contemplativos. A porta é assim uma meta, um termo de uma etapa de um compromisso de conversão: passar desta vida à vida eterna, da condição de pecador à salvação», aprofundou.
Recordando uma reflexão do Papa Bento XVI, o Arcebispo assinalou que «a «porta da fé está sempre aberta» e atravessá-la é comprometer-se com um caminho que começa com o Baptismo e dura a vida inteira.
«Cristo é a passagem do ser humano para Deus, Por por isso , passara porta da Igreja está cheia de significados e compromissos humanos, sociais, culturais, pastorais, espirituais, sinodais e missionários», sustentou.
D. José terminou a homilia desejando que a Semana Santa seja «um grande caminho de Páscoa para toda a humanidade».