O Bispo de Viana do Castelo, D. João Lavrador, desafiou, na Eucaristia de Domingo de Ramos, a que presidiu na Sé, a que a Semana Santa seja uma oportunidade para transformar «uma humanidade desiludida, sem magia» através de gestos concretos de fé e esperança.
Na sua reflexão, o prelado destacou que a Semana Santa «reflecte o itinerário pessoal e comunitário que os discípulos foram obrigados a fazer diante de Jesus», apresentando-a como um tempo propício de transformação com reflexos na vida quotidiana.
«Que transformação queremos para a nossa vida? Meramente superficial? Cheia de preconceitos? Reduzida ao tempo e à história?», questionou, desafiando os fiéis a assumirem uma mudança que vá além das aparências.
«Hoje, falta-nos um mundo novo. Falta-nos convivência. Precisamos de olhar para o drama do outro. Precisamos de passar de escravos a amigos», acrescentou.
Sublinhando a proximidade de Jesus com a condição humana, afirmou que o amor cristão não se afasta da vida concreta.
«Jesus caminhou dentro da humanidade. Nós não podemos fazer de outro modo. O amor caminha para o esplendor. Mas não prescinde da vida comum», sublinhou.
No final da homilia, o Bispo de Viana do Castelo deixou uma nota de esperança e um apelo à autenticidade cristã, afirmando que «a Humanidade tem direito à esperança».
De tarde saiu a Procissão dos Passos, tendo o Bispo de Viana proferido o sermão do Encontro na varanda dos antigos Paços do Concelho.