O andor do Bom Jesus do Monte voltou, domingo, a ter uma saída solene da Basílica para a eucaristia campal, no ponto alto da peregrinação penitencial, um momento de intensa emoção para as largas centenas de peregrinos. Anualmente, a peregrinação tem início na Igreja de Santa Cruz, numa caminhada de reflexão espiritual, que percorre ruas e avenidas da cidade e sobe os escadórios do monte, no reviver do caminho do Calvário.
A Semana Santa de Braga voltou, domingo, a viver mais uma etapa do caminho de passagem da tribulação à consolação, na peregrinação penitencial ao Bom Jesus do Monte, numa jornada que convidou a reviver o sacrifício de Cristo pela salvação da humanidade. Na homilia da missa campal, o Arcebispo de Braga disse aos fieis que subiram consigo os escadórios e participaram na eucaristia no adro da Basílica do Bom Jesus do Monte, no cimo da montanha mais alta de Braga, que «queremos ser estes peregrinos de esperança e olhar para a cruz como o lugar do encontro, o lugar da Páscoa». Pedindo aos fiéis que operem mudanças e que se encoragem nas dificuldades do caminho até ao «coração» de Cristo, acrescentou que «aqui o encontro é máximo, é com a salvação, com Jesus Cristo, com a força simbólica que tem esta imagem que contemplamos diante de nós».
«No magnífico escadório do Bom Jesus do Monte onde se sobe até à cruz, simbolizando o caminho espiritual, somos acompanhados pelo elemento vital da água com todos os sentidos e virtudes até à Basílica, qual coração pascal. Aqui no escadório das virtudes, a fonte da esperança indica a firmeza e a leveza da paz», transmitiu D. José Cordeiro.
Considerando que «o santuário do Bom Jesus do Monte ou “Senhor do Monte” é um lugar de esperança integral», que «não se reduz a um lugar fantástico, património da humanidade, de turismo internacional», mas antes «beneficia de muitas virtualidades para o sentido autêntico da peregrinação da esperança e da espiritualidade integral para uma cultura de acolhimento», o Arcebispo de Braga sublinhou que o Bom Jesus do Monte «é lugar santo de peregrinação neste Jubileu». Por isso, aqui, apontou, «numa pastoral integral da fé, esperança e caridade, sentimos que ser peregrinos de esperança nos compromete com a ecologia integral da casa comum da criação. Aqui, a pastoral do turismo é tocada pela cultura da esperança, qual presente do futuro. Aqui, os trilhos da conversão ao Evangelho, a oração e vida espiritual ganham dimensão no caminho de Páscoa que gostaríamos de continuar a percorrer juntos», formulou.
Pedindo aos peregrinos que saibam encontrar respostas para os desafios «nas fontes do Evangelho», D. José Cordeiro acentuou que Jesus Cristo «é a nossa esperança, a coisa nova que transforma». Em mais uma etapa que aproxima os cristãos da celebração da Páscoa, o Arcebispo de Braga sublinhou que «a fonte se carateriza por jorrar a água e não para a reter e o escadório do pórtico, o escadório dos cinco sentidos e o escadório das três virtudes não são um fim de linha, mas um subir para descer e prosseguir a viagem no caminho de Páscoa», concluiu.