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Papa defende que profissionais de saúde precisam de “tanto apoio” como os doentes

Papa defende que profissionais de saúde precisam de “tanto apoio” como os doentes
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 23 de novembro de 2024, às 13:48

O papa Francisco defendeu hoje o trabalho dos profissionais de saúde e lembrou que necessitam de “tanto apoio” como os pacientes que tratam, alertou numa audiência com participantes de um fórum sobre serviços de saúde europeus.

“A vossa missão exige esforço e o saber trabalhar juntos, em equipa. Mas gostaria de vos convidar a ter atenção a dois aspetos da vossa experiência: o primeiro é cuidar de quem cuida”, assegurou.

O papa Francisco falava durante uma audiência, na sala Paulo VI do Vaticano, com os participantes do fórum “Universalidade e Sustentabilidade dos Serviços de Saúde Nacionais na Europa”.

“É importante não esquecer que vocês, os profissionais de saúde, são pessoas tão necessitadas de apoio como os irmãos e irmãs que vocês curam”, acrescentou.

Neste sentido, disse que “o cansaço dos turnos extenuantes, as preocupações que carregam no coração e a dor que acumulam dos pacientes que cuidam, requerem conforto e cura”.

“Por isso, vos peço, não vos descuideis, mas protegei-vos uns aos outros”, pediu.

Por último, o pontífice incentivou os profissionais a sentir “compaixão por os últimos”, ou “aqueles [que são] descartados” pelo “sistema”.

“Se, como dissemos, ninguém é tão autossuficiente como para não necessitar de cuidados, então, ninguém pode ser marginalizado ao ponto de não ser cuidado”, alertou, enquanto citou santos “clínicos” como madre Teresa de Calcutá ou o bioquímico Giuseppe Moscati, exortando para que “ninguém seja abandonado”.

Entretanto, o Vaticano anunciou hoje que Francisco fará uma “visita pastoral” a Córsega, em França, no dia 15 de dezembro, a “primeira visita de um papa a Córsega” que está a ser “ansiosamente aguardada na ilha mediterrânica francesa com forte tradição católica”.

Segundo o programa publicado pela Santa Sé, o pontífice, um padre jesuíta argentino que celebra 88 anos dois dias depois da viagem, em 17 de dezembro, chegará a Ajaccio cerca das 08:00 e partirá pouco depois das 18:00.

Durante a vista “que não é oficial, é pastoral”, Francisco fará dois discursos e presidirá a uma missa durante a tarde, no teatro ao ar livre de Casone, antes de se reunir com o Presidente Emmanuel Macron.

Esta visita relâmpago, por ocasião de um congresso sobre religião no Mediterrâneo, está agendada para uma semana depois da cerimónia de reabertura da Catedral de Notre-Dame, em Paris, após ter sido devastada por um incêndio há cinco anos, e para a qual o papa Francisco recusou o convite enviado, no ano passado, pela França.

O presidente da Conferência dos Bispos de França, Eric de Moulins-Beaufort, declarou que “a estrela da reabertura de Notre-Dame de Paris é Notre-Dame de Paris” e, Francisco, “não quis desviar o olhar para si nesta ocasião”.

O papa foi convidado a visitar a Córsega por dom François-Xavier Bustillo, de 56 anos, bispo de Ajaccio muito popular e mediático desde 2021, e que foi nomeado cardeal em setembro de 2023.

O responsável máximo da Igreja Católica visitou o território francês duas vezes, desde o início do seu pontificado em 2013. Em 2014, deslocou-se a Estrasburgo e, em 2023, a Marselha, mas nunca fez uma visita formal ao Estado.

Situada a 160 quilómetros do continente, Córsega, a quarta maior ilha do Mediterrâneo, tem cerca de 350.000 habitantes, 90% dos quais são católicos, segundo a igreja local que diz que as tradições religiosas, como as procissões, continuam muito enraizadas.