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Igreja defende aprofundamento do estudo da espiritualidade e mística

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Fotografia Avelino Lima

Jorge Oliveira

Jornalista

Publicado em 23 de novembro de 2024, às 19:18

Padre Manuel Barbosa, secretário da CEP, apresentou livro “Espiritualidade e Mística” no Museu Pio XII

O padre Manuel Barbosa, secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), destacou hoje, em Braga, a relevância da espiritualidade e da mística enquanto dimensões da vida e defendeu um aprofundamento do estudo destas áreas.

«A mística e a espiritualidade são dimensões essenciais do ser humano e estão profundamente interligadas. É preciso investigá-las e desenvolvê-las cada vez mais, pois enriquecem não só a visão religiosa, mas também a compreensão plural da condição humana», disse.

O sacerdote deixou esta ideia aquando do lançamento do livro “Espiritualidade e Mística. À Procura do Não-Limite”, organizado por Eugénia Maria da Silva Abrantes e pelo cónego José Paulo Leite de Abreu, no Museu Pio XII, em Braga.

A obra, que resulta do I Congresso “Espiritualidade e Mística. À Procura do Não-Limite”, realizado em abril deste ano, reúne mais de 60 comunicações e trabalhos científicos, que exploram as dimensões da espiritualidade e transcendência humana em todas as áreas do saber.

O padre Manuel Barbosa sublinhou que este projeto, promovido pelo Instituto de História e Arte Cristã (IHAC) e o Instituto de Estudos em Catolicismo e Globalização (IEAC-GO), tem sido bem recebido e foi apoiado financeiramente pela Conferência Episcopal Portuguesa, dada a sua importância para a Igreja, para o meio académico e a sociedade em geral.

«É um estudo abrangente e plural, que ultrapassa a esfera individual ou exclusivamente religiosa. Noutras culturas e religiões, estas dimensões também ocupam um lugar central, demonstrando a sua universalidade e riqueza», sublinhou.

Na apresentação da obra, o secretário da CEP realçou a «profundidade» e a «qualidade» dos textos/comunicações, em várias áreas do saber, considerando que resultam de uma «aturada investigação» dos diversos autores, nacionais e estrangeiros.

Elogiou também o texto introdutório, da autoria  de Eugénia Maria da Silva Abrantes e do cónego José Paulo Leite de Abreu, diretores da obra , referindo que «abre o apetite para a leitura do livro».

Depois de fazer uma referência breve a cada um dos contributos escritos, o padre Manuel Barbosa convidou a «navegar em forma de voo» nestas temáticas propostas, umas mais conhecidas que outras, mas todas interessantes e enriquecedoras.

O cónego José Paulo Abreu expressou o desejo de que esta obra «marque o panorama português» não só na área da espiritualidade e mística, mas também a nível científico e cultural.

«Normalmente, esta área é tratada de forma dispersa e fragmentada, e por vezes, até desconsiderada. Contudo, o século XXI tem sido anunciado como o século da espiritualidade e da mística, o que significa a descoberta do homem na sua integralidade», disse, acrescentando que esta visão vai para além da conceção do homem no plano físico/corporal e intelectual.

«O homem é abertura à transcendência, anseio de infinito, busca do que é transcendente. E este livro aborda essas dimensões fundamentais que tocam o ser humano na sua integralidade e nas suas componentes mais profundas, mostrando a superioridade do homem sobre todos os outros seres», acrescentou.

O cónego José Paulo Abre agradeceu a todos quantos contribuíram para a elaboração da obra, que foi feita em «tempo recorde» e enche de «orgulho» quem a dirigiu e coordenou.

Eugénia Abrantes, co-diretora, revelou que este projeto tem gerado muitas solicitações, o que vem reforçar a importância e dar ânimo para continuar a explorar a temática, seja em modelo de fórum, de simpósio, jornada ou congresso.

Questionada se há algum plano  nesse sentido para 2025, afirmou que há possibilidade de novas edições, embora o modelo ainda não esteja definido. 

Segundo Eugénia Abrantes, o próximo passo será avaliar condições logísticas e financeiras, bem como identificar uma temática central para futuras edições.