O Albergue de Peregrinos de Santiago de Caldelas, em Amares, o primeiro do Caminho Jacobeu da Geira e dos Arrieiros, aberto desde 2019, tem vindo a afirmar-se como um equipamento essencial para os peregrinos.
Gerido pela Junta da União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, o albergue é cada vez mais procurado, tendo recebido este ano já mais de 500 peregrinos.
Localizado nas traseiras do edifício da sede da Junta, funciona «em pleno» desde que abriu, e só encerrou durante o período da pandemia. Desde aí, tem assistido a uma crescimento contínuo no número de utilizadores, nacionais e estrangeiros.
«O Caminho da Geira e dos Arrieiros não será de massas, mas é autêntico e marcante. Quem o faz, nunca esquece a experiência», disse ao Diário do Minho o presidente da Junta da União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos.
José Manuel Almeida nota que este percurso é «fisicamente exigente», por ser em grande parte de montanha.
«Quem o for fazer tem que ter alguma preparação. Vai encontrar a etapa Caldelas-Campo do Gerês, pela Geira, que não é fácil. Este não é o Caminho da Costa, à beira-mar», assinala.
O albergue, com capacidade para 16 pessoas, adaptado de um antigo refeitório, disponibiliza aos peregrinos as condições essenciais em termos de qualidade e higiene, sendo apontado como dos albergues públicos mais baratos da Península Ibérica.
«Por apenas 5 euros, os peregrinos podem usufruir de balneários (masculinos e femininos) com água quente, uma pequena cozinha e espaços confortáveis para descansar», realça José Manuel Almeida.
Caminho aguarda
certificação
O Caminho Jacobeu da Geira e dos Arrieiros, que liga Braga a Santiago de Compostela, estende-se por 247 quilómetros, atravessando regiões montanhosas como o Gerês e Castro Laboreiro.
Reconhecido pela Igreja Santiago de Compostela desde 2019, o percurso está em processo de certificação oficial, tanto pelo Turismo de Portugal como pela Xunta da Galicia.
Apesar das intervenções de que tem vindo a beneficiar, por parte de associações jacobeias e particulares, há aspetos neste caminho que é necessário melhorar como a sinalização.
«A marcação não é “top”, mas é suficiente em grande parte do caminho. Das 10 etapas normais, sete têm marcação suficiente, uma tem marcação excelente, duas têm marcação menos boas», indicou o presidente da Junta, recomendando o uso de dispositivos com GPS, especialmente em zonas de montanha onde não há a quem recorrer.
Este Caminho tem a particularidade de sair de Portugal, na Portela do Homem, percorre Lobios e Entrimo, na Galiza, reentrar em Portugal, em Castro de Laboreiro, e voltar a sair pela Galiza em a Santiago.
A Junta da União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos tem promovido iniciativas para valorizar o percurso.
No dia 30 de novembro, pelas 16h30, no Auditório de Caldelas, será lançado o livro “Um Caminho que o Tempo Não Apagou”, da autoria de Luís Ferreira, uma homenagem ao legado e à história deste trajeto único.