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Papa condena desperdício de alimentos face à fome em tantos países

Papa condena desperdício de alimentos face à fome em tantos países
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 21 de setembro de 2024, às 12:26

O Papa Francisco condenou hoje o desperdício de alimentos, que considerou “um escândalo”, sobretudo face à fome que assola tantos países, durante uma audiência com a polícia financeira italiana.

“O desperdício de alimentos é um escândalo (...). Como podemos explicar a fome no mundo de hoje, quando há tanto desperdício nas sociedades desenvolvidas? Isto é terrível”, disse o Papa à Guarda de Finanças (Guardia di Finanza, em italiano), citado pela agência Efe. 

Francisco lamentou ainda que existam “Estados que, apesar de terem enormes recursos, permanecem isolados a nível financeiro ou de mercado global” e reiterou que “se deixassem de produzir armas durante um ano, a fome no mundo acabaria”, mas, disse, para alguns “as armas são melhores do que resolver a fome”.

O Papa elogiou os agentes da polícia financeira italiana porque “velam pelo dever de cada cidadão de contribuir de forma justa para as necessidades do Estado, sem favorecer os mais fortes” e “combatem o uso inadequado da Internet e das redes sociais”.

“Quer se trate da cobrança de impostos ou da luta contra o trabalho não declarado e mal pago - outro escândalo - ou, em todo o caso, atentatório da dignidade humana, a vossa ação é da maior importância”, disse-lhes.

Exortou-os também a “combater a corrupção e a promover a legalidade. A corrupção que se passa por baixo da mesa”. “A corrupção revela um comportamento antissocial tão forte que dissolve a validade das relações e os pilares em que assenta uma sociedade”, afirmou.

Valorizou ainda a luta contra o narcotráfico. “O vosso serviço não se limita à proteção das vítimas, mas inclui a tentativa de ajudar ao renascimento daqueles que cometem erros: de facto, agindo com respeito e integridade moral, podem tocar as consciências, mostrando a possibilidade de uma vida diferente”, acrescentou.

Para concluir, apelou a todos para que sejam capazes de “construir uma alternativa à globalização da indiferença, que destrói com a violência e a guerra, mas que também negligencia o cuidado da sociedade e do ambiente”.