O santuário de Nossa Senhora do Alívio recebeu hoje uma multidão de fiéis, a maior do ano, naquela que foi a grande peregrinação arciprestal, em que se fizeram representar todas as paróquias do Arciprestado de Vila Verde.
Na missa campal, concelebrada no parque de merendas do santuário, após a chegada dos peregrinos, vindos em procissão a partir de Vila Verde e de Soutelo, o Arcebispo Emérito de Braga, D. Jorge Ortiga, começou por exortar os fiéis a seguirem e a porem em prática os ensinamentos de Maria, a Mãe de Jesus, e a procurarem aprofundar as razões da sua fé.
«Para os cristãos, este tempo de setembro deve ser o início de um novo ano [pastoral]. E a partir deste lugar, cada um deveria se colocar na Escola de Nossa Senhora. Maria, para além de tudo o resto, foi mestra do seu próprio Filho. E ela hoje tem qualquer coisa também para nos ensinar. Sejamos capazes de nos colocar numa atitude de escuta daquilo que Maria tem para nos dizer, aprofundamos as razões da nossa fé», desafiou o prelado, diante dos milhares de peregrinos.
Referindo que hoje vivemos num mundo em que as televisões e as redes de comunicação digital nos fazem questionar todos os dias, D. Jorge disse que os cristãos não podem deixar de responder as essas interpelações, dando testemunho da sua fé.
«Que cada um de vós, que as vossas comunidades paroquiais se coloquem atentamente, com dedicação na Escola de Maria para aprenderem com ela, para serem capazes de responder com palavras, mas ao mesmo tempo com obras», reforçou, na homilia.
Segundo o Arcebispo Emérito de Braga, não basta louvar Jesus Cristo e rezar a Nossa Senhora, se depois as obras, as atitudes e compromissos não coincidem com o que se professa.
Citando S. Tiago, afirmou que «a fé sem obras é morta».
A fraternidade é uma das obras que os cristãos devem viver, destacou D. Jorge Ortiga, lembrando o lema do Congresso Eucarístico Internacional, que termina hoje em Quito, Equador, “Fraternidade para curar o mundo. “Todos vós sois irmãos””.
«Os grandes problemas da nossa sociedade resultam da ausência da fraternidade», afirmou, chamando a atenção para a necessidade de viver a fraternidade de maneira concreta.
D. Jorge Ortiga explicou que é no amor ao próximo, aquele que está ao nosso lado no dia-a-dia, que se manifesta a verdadeira fraternidade.
«É ao que está ao nosso lado que temos que amar em cada momento, na rua, em casa, no trabalho, na política, em todos os lugares», disse o prelado, referindo que os cristãos «têm «capacidade e têm o dever de curar este mundo».
Invocando a Senhora do Alívio, cuja imagem esteve presente no palco-altar voltada para os fiéis, D. Jorge terminou a homilia pedindo aos peregrinos que se tornem também eles instrumentos de alívio e solução para os problemas dos outros.
«Temos que também aliviar para ir resolvendo em pequena dimensão, se assim for, o mundo será fraterno e igual», conclui.
No final da Eucaristia, o novo presidente da Confraria de Nossa Senhora do Alívio, o padre Sandro Vasconcelos, agradeceu a participação dos peregrinos e a todos os que colaboraram na realização desta peregrinação arciprestal, desde paróquias confrarias, escuteiros, grupo coral, equipa de acolhimento e outros.
Agradeceu ainda ao Município de Vila Verde que se fez representar pelo executivo.
O sacerdote indicou que a Confraria pretende avançar com obras no santuário e que conta com todos para esses trabalhos.
Aproveitou ainda para anunciar que a primeira romaria à Senhora do Alívio do próximo ano realiza-se a 14 de setembro e a peregrinação arciprestal no domingo seguinte, 21 de setembro.