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Valença espera solidariedade do Governo para recuperar Fortaleza

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Publicado em 02 de janeiro de 2023, às 14:28

A muralha sofreu uma derrocada no domingo.

O presidente da Câmara Municipal de Valença disse esta segunda-feira esperar a «solidariedade» do Governo para ajudar na recuperação da muralha da Fortaleza, porque a autarquia «não tem capacidade financeira» para a intervenção. A muralha sofreu uma derrocada no domingo.

«Obviamente que a autarquia não tem capacidade financeira para recuperar a muralha (…) Isto é património nacional, que nós temos cuidado o melhor possível (….) Esperamos que o Governo seja solidário com o município e que rapidamente se faça esta reconstrução (…) Estamos a trabalhar na apresentação da candidatura a Património da Humanidade e não queremos correr o risco de ficar fora», afirmou o presidente da Câmara, José Manuel Carpinteira.

O autarca socialista falava aos jornalistas durante a visita que a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, realizou à zona da muralha que desabou e a outras partes daquela estrutura que foram identificadas como estando em risco de derrocada.Ana Abrunhosa, acompanhada pelo vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Beraldino Pinto, e pela diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro, afirmou que a reparação da muralha deve ser assegurada pela Câmara local.

José Manuel Carpinteira garantiu que vai ser feita «uma avaliação técnica mais rigorosa» do estado da muralha e que, «nos próximos dias», o município vai estar «em condições para avaliar o tempo que irá demorar» a sua recuperação «e os custos» que vai representar a intervenção. «É preciso recuperar esta fortaleza rapidamente», frisou José Manuel Carpinteira, adiantando que o município «há já algum tempo que está a trabalhar com a Direção Regional de Cultura do Norte no sentido de avaliar eventuais riscos», apontando um já «identificado na zona norte» da fortaleza.

O autarca socialista disse que a derrocada de domingo «foi uma grande tristeza» para a cidade. «Iniciámos o ano muito mal, mas está aqui o Governo presente para nos dar o apoio e conforto para recuperar a muralha. Vamos acelerar ainda mais o trabalho que estávamos a fazer com a Direção Regional de Cultural do Norte no sentido de avaliar eventuais riscos. Temos de fazer esse levantamento rigoroso o mais rápido possível porque sem isso continuamos com a muralha no chão», adiantou.

A diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro, também frisou a necessidade de «atacar de forma imediata a situação que surgiu» e garantiu que a derrocada de domingo «não fragiliza» a candidatura do imóvel a Património da Humanidade. «Nem sempre os monumentos que são propostos a Património Mundial estão num estado extraordinário de conservação. Essas candidaturas envolvem sempre um plano de salvaguarda e de proteção faseado, e é esse o compromisso do município, precisamente por já estarmos envolvidos neste trabalho», referiu Laura Castro.

A fortaleza, principal ex-líbris de Valença, é anualmente visitada por mais de dois milhões de pessoas.Monumento nacional, em vias de ser candidatada a Património da Humanidade, a Fortaleza assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.

No domingo, ao início da tarde, a muralha da Fortaleza de Valença sofreu uma primeira derrocada, tendo a proteção civil apontado como motivo o mau tempo que se fez sentir no Norte do país.A parte da fortaleza que caiu fica na zona da Coroada, junto ao parque de estacionamento do município de Valença.Durante a tarde de domingo «houve mais uma derrocada na continuidade da [parte] que já tinha caído», relatou o presidente da Câmara de Valença, José Manuel Carpinteira, em declarações à Lusa, salientando ser «bastante grande» o troço da muralha afetado.


Autor: Redação/Lusa