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Rui Barreira diz-se vítima de saneamento político

Rui Barreira diz-se vítima de saneamento político
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Publicado em 04 de fevereiro de 2017, às 22:45

Rui Barreira garante que nunca violou princípios ou foi imparcial

Desmontando as acusações do processo que culminou na sua demissão ao longo de cerca de uma hora, ontem, no Hotel de Guimarães, o ex-diretor do Centro Distrital de Braga da Segurança Social teceu duras críticas ao Governo e afirmou-se vítima de um jogo «sujo» que pretendeu «minar» a opinião pública sobre o seu profissionalismo e caráter.

Rui Barreira garantiu que as acusações que lhe foram movidas evidenciaram-se «não provadas» e que deixou o cargo com «melhor serviço, maior rapidez e mais eficácia».  

Perante uma vasta plateia, onde se contaram destacados dirigentes do CDS-PP, de que é militante, Rui Barreira demonstrou, exibindo documentos, que foi ilibado de todas acusações de assédio moral, bullying laboral, perseguições a funcionários e favorecimento de instituições.

Porém, no segundo inquérito que levou à sua exoneração, concluiu-se que «violou zelo e imparcialidade» por tomar decisões que envolviam o Lar de Santa Estefânia, em Guimarães, onde a esposa exerce funções.

«Comprovou-se que não houve nenhum favorecimento, até houve decisões desfavoráveis, mas, ainda assim, entenderam que devia abster-me de tomar exatamente as mesmas decisões que tomei com todos. Isto não tem qualificação», considerou Rui Barreira.

Por isso, o ex-dirigente da Segurança Social de Braga concluiu que «os inquéritos de que fui alvo nada têm de jurídico», mas que «fui vítima de perseguição levada a cabo pelas mais altas esferas políticas deste país».

Exibindo documentos que estão no processo de cessação da sua comissão de serviço e desmontando os vários argumentos invocados publicamente para a sua destituição, «apesar de o processo ser sigiloso», Rui Barreira afirmou-se também vítima de acusações «vexatórias e inqualificáveis», além de que, no decurso do processo, foram «vasculhados todos os registos onde estava a minha vida», desde o facebook, escritório de advogados a que pertencia, artigos de opinião ou documentos com a sua fotografia. 

Esclarecendo que se manteve no cargo depois de ter acabado o processo de nomeação por confiança política e de se ter submetido, em 2014, à seleção da Cresap (comissão de recrutamento e seleção para a administração pública), Barreira afiançou que foi, nos últimos anos, diretor do Centro Distrital de Braga da SS «por mérito próprio e por concurso».

Acabou afastado pelas conclusões de um processo disciplinar, mas «nunca por incompetência, nunca por não ser sério, nunca por ser mau diretor, nunca por não ter capacidades para as funções, nunca por ter falhado, nunca por nunca ter estado bem no meu lugar», destacou.

Confrontado com aquelas acusações, o Instituto da Segurança Social justificou que, na sequência da instauração de processo disciplinar, «foi dada como provada a prática de atos de gestão merecedores de censura disciplinar,  relacionados com uma IPSS em cujos processos o referido dirigente se encontrava legalmente impedido de intervir, em virtude de relações de proximidade familiar».

 

Autor: Rui de Lemos