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Processo de corrupção com cartas de condução de Vila Verde sentenciado em 23 de maio em Braga

Processo de corrupção com cartas de condução de Vila Verde sentenciado em 23 de maio em Braga
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Publicado em 10 de maio de 2018, às 15:24

A leitura já teve duas datas marcadas, mas em ambas acabou por ser adiada.

O Tribunal de Braga marcou para 23 de maio a leitura do acórdão de um "megaprocesso" de corrupção com cartas de condução, que conta com 47 arguidos, entre examinadores, industriais de condução, instrutores e alunos, disse hoje fonte judicial. A leitura já teve duas datas marcadas, mas em ambas acabou por ser adiada, da primeira vez devido a alterações não substanciais dos factos e da segunda por causa de um pedido de recusa de juiz suscitado por sete advogados de defesa, que alegavam falta de imparcialidade do tribunal.
O pedido foi indeferido pelo Tribunal da Relação de Guimarães.
O processo tem como epicentro o Centro de Exames de Vila Verde da ANIECA, sendo o examinador Joaquim Oliveira o principal arguido. Nas alegações finais, o Ministério Público (MP) pediu a condenação de 45 arguidos e a absolvição de uma instrutora e de uma aluna. Já a defesa pugnou, de uma forma geral, pela absolvição, por alegada falta de provas Para o MP, Joaquim Oliveira foi o “interlocutor privilegiado” nos episódios de corrupção do processo, “por ser o mais velho” e o que ali exercia funções há mais tempo.
O MP considera que este arguido deve ser condenado pelos 35 crimes de corrupção passiva para ato ilícito de que está acusado.
No banco dos réus estão mais oito examinadores daquele centro, a quem o MP imputa o mesmo crime, embora em números muito mais reduzidos. O MP considera provado que os alunos eram auxiliados pelos examinadores, a troco de quantias monetárias que, em média, variavam de 1.000 a 1.500 euros, no caso dos exames teóricos, e de 100 a 150 euros nos práticos. Mas havia quem pagasse mais, como foi o caso do futebolista Fábio Coentrão, que desembolsou 4.000 euros, tal como o próprio confessou em tribunal, na qualidade de testemunha no processo. A acusação diz que, com este esquema, cinco examinadores conseguiram arrecadar 1,1 milhões de euros, dinheiro que o MP quer que seja declarado perdido a favor do Estado. O processo envolve escolas de Vila Verde, Barcelos, Ponte de Lima, Vizela, Guimarães, sendo que os factos terão decorrido entre 2008 e 2013.
Autor: Redação