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Premiar escritores é «pedra angular» do projeto camiliano em Famalicão

Premiar escritores é «pedra angular» do projeto camiliano em Famalicão
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Publicado em 14 de outubro de 2017, às 23:32

Município de Famalicão e APE premiaram a obra de Teolinda Gersão e recordaram o esforço de 40 anos de investigação da obra camiliana por parte de Alexandre Cabral

O presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, destacou ontem os 25 anos da parceria que foi estabelecida com a APE e não esqueceu de nomear como seu precursor o antigo presidente da autarquia, Agostinho Fernandes, que se encontrava entre os presentes na sessão que decorreu no Centro de Estudos Camilianos em S. Miguel de Seide. O edil indicou que não queria colocar Vila Nova de Famalicão num qualquer ranking no panorama de valorização literária mas considera que o «vínculo» entre o município e a APE, corporizado no Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, «é pedra angular deste projeto camiliano». Para além da atribuição do prémio, ontem encerrava a quarta edição dos Encontros Camilianos de S. Miguel de Seide e Paulo Cunha frisou que «a permanência destas iniciativas traz solidez ao projeto cultural». Isto, destacou, para além de todo o «sentimento de compromisso e até cumplicidade de várias entidades, a começar pela Direção Regional de Cultura do Norte», disse dirigindo-se ao diretor regional, António Ponte, ali presente. «Felizmente temos visto das entidades públicas que a aposta em Camilo Castelo Branco não é apenas de Vila Nova de Famalicão, da Câmara Municipal ou da Casa de Camilo, mas que é secundado por outras a nível local, regional e nacional», declarou. Paulo Cunha disse que a autarquia por si liderada tem vindo a criar condições para que tudo o que envolva Camilo Castelo Branco «tenha dimensão e projeção», apontando entre outras iniciativas o recém-lançado Roteiro Camiliano que pretende trazer a Seide um novo fluxo de públicos, a partir do Porto e dos espaços camilianos da “Cidade Invicta”. «Não temos o objetivo de fechar em nós o tesouro que é Camilo Castelo Branco mas queremos partilhar com todos este mesmo tesouro», salientou o autarca. Novos conceitos de património O diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte, disse que o que Vila Nova de Famalicão faz em torno de Camilo Castelo Branco, da sua obra e de todos os que gravitam em torno do romancista de S. Miguel de Seide, se enquadra nos «novos conceitos de património». «É isso que tem sido feito em S. Miguel de Seide», declarou António Ponte. «É um trabalho de construção de conhecimento», acrescentou o diretor regional apontando que isso gera «leitores e novos públicos». Destaque A escritora Teolinda Gersão, de 77 anos, foi a eleita para receber o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, com a obra "Prantos, amores e outros desvarios", que o júri considerou revelar o «domínio total das caraterísticas do conto». Na sessão solene, a escritora disse que a obra de Camilo Castelo Branco a «toca» porque é um autor que «escreve a vida com sangue e carne». A autora premiada insurgiu-se contra o acordo ortográfico e declarou que «os governos não são donos das línguas».
Autor: Álvaro Magalhães