Começaram a pensar numa forma de estimular a remoção do plástico das praias e da sua reciclagem, utilizando-o na confeção de algum produto ambientalmente sustentável.Como são ambos designers na área do calçado, a escolha foi quase inevitável.O passo seguinte foi «bater à porta» da Câmara de Esposende, para uma parceria ambiental.Em abril, aquela autarquia promoveu uma ação de limpeza das praias, tendo o plástico recolhido sido oferecido aos responsáveis do projeto Zouri. O plástico é depois triturado e fica pronto para “brilhar” no calçado Zouri.O objetivo passa por ir alargando aquela parceria a outras câmaras do litoral. Em termos técnicos, conta Adriana, a grande dificuldade do projeto foi encontrar a fórmula para incorporar nas sandálias e nos chinelos o plástico, já que este “não é, de todo, material para calçado”. Valeu, aqui, a ajuda da Universidade do Minho, que conseguiu “meter” o plástico nas solas do calçado.O resto ficou nas mãos de Henrique Dias e de outros artesãos de Guimarães, a quem cabe dar forma ao calçado Zouri.
«Foi um desafio novo para a nossa oficina», admite Henrique Dias, garantindo, no entanto, que vão conseguir dar conta do recado.Aquela oficina já produziu chuteiras, entretanto especializou-se em calçado para grupos folclóricos e agora embarcou na filosofia da “slow fashion”, confecionando calçado amigo do ambiente.Calçado que, a partir de maio, já estará à venda. Cada par, sublinhe-se, “retirou” cerca de uma dezena de garrafas de plástico do litoral. Na embalagem do calçado, constará a referência à praia que “contribuiu” com o plástico.
Autor: Redação