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Petição defende fim da tradição da Vaca das Cordas

Petição defende fim da tradição da Vaca das Cordas
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Publicado em 23 de abril de 2018, às 16:15

Vaca das Cordas sai às ruas de Ponte de Lima no dia 30 de maio, às 18h00.

Um grupo de ativistas vegan da organização Anonymous for the Voiceless lançou uma petição pública a defender o fim da tradição da Vaca das Cordas, Ponte de Lima, por ser um «ato de pura violência gratuita com fins recreativos». Intitulada «Contra a tortura animal. Diz não à Vaca das cordas», o documento lançado na Internet e já tem cerca de 1.200 pessoas. A petição, assinada pela delegação norte da Anonymous for the voiceless, grupo criado em 2016, é dirigida ao presidente da Assembleia da República, ao presidente da câmara e da Assembleia Municipal de Ponte de Lima.
«Repugnamos a 100% este evento traduzido numa agressão gratuita, que mostra como um ser racional pode ser egoísta ao ponto de não ter compaixão por alguém, que como ele sente», lê-se no documento.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Associação Amigos da Vaca das Cordas, tradição secular daquela vila do distrito de Viana do Castelo, disse que «as pessoas são livres de fazerem o que entenderem», mas garantiu que «a tradição não vai acabar».
«A Vaca das Cordas já existia antes destas pessoas nascerem. A edição 2018, marcada para dia 30 maio, já está a ser preparada. O cartaz deverá ser lançado ainda esta ou na próxima semana», referiu Aníbal Varela.
A tradição da 'Vaca das Cordas' obriga a que o animal, que afinal é um touro, saia para a rua pelas 18:00, conduzido por cerca de dezena e meia de pessoas e preso por duas cordas. É levado até à Igreja Matriz e preso à janela de ferro da Torre dos Sinos, sendo-lhe dado um banho de vinho tinto da região, «lombo abaixo, para retemperar forças», conforme reza o costume local. Dá depois três voltas à igreja, sempre com percalços e muitos trambolhões à mistura dos populares que ousam enfrentá-lo, após o que é levado para o extenso areal da vila, dando lugar a peripécias, com corridas, sustos, nódoas negras e trambolhões e até pegas de caras amadoras. Nas ruas do Centro Histórico irá cumprir-se, madrugada dentro, a confeção dos tapetes floridos, por onde irá passar a procissão do Corpo de Deus.
Autor: Redação / Lusa