twitter

Município de Barcelos «tranquilo» com "Operação Teia" critica comunicado da PJ

Município de Barcelos «tranquilo» com "Operação Teia" critica comunicado da PJ
Fotografia

Publicado em 29 de maio de 2019, às 22:34

Operação "Teia"

A Câmara de Barcelos manifestou-se hoje, através de nota de imprensa, estar «tranquilo» com a "Operação Teia", que resultou na detenção do presidente da Câmara, Miguel Costa Gomes, e classificou como «mero lapso» o teor do comunicado da Polícia Judiciária (PJ) sobre o caso. «Não obstante o comunicado da PJ que veio a público, não se vislumbra como que se possa afirmar que já foi apurado o que quer que fosse quanto às diligências instrutórias do processo, que se encontram ainda em curso. Assim, temos como mero lapso as conclusões que a PJ escreve no seu comunicado», lê-se na nota de imprensa do município. No comunicado, a PJ refere que «a investigação, centrada nas autarquias de Santo Tirso, Barcelos e Instituto Português de Oncologia do Porto, apurou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular». O município confirma que, durante o dia de hoje, foram realizadas diligências inspetivas por parte da PJ, que «contaram com total colaboração institucional, designadamente na prestação e fornecimento de documentação e informação».
«O município de Barcelos tem-se pautado pelo respeito e cumprimento escrupuloso da lei, estando por isso tranquilo com o desenrolar das diligências em curso», vaticina a nota de imprensa.
Em comunicado, a Diretoria do Norte da PJ explica que em causa está «a prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas, proporcionando vantagens patrimoniais». O advogado Nuno Cerejeira Namora disse que a detenção de Miguel Costa Gomes está relacionada com os contratos celebrados entre o município e a empresa de comunicação de Manuel Couto. Pedro Marinho Falcão, o outro advogado de Costa Gomes, classificou de «absolutamente inadmissível e inaceitável» a detenção do autarca e acusou o Ministério Público (MP) de promover uma «investigação espetáculo». «O “normal” seria a convocação do autarca para prestar declarações e consequente aplicação das medidas de coação consideradas adequadas», frisou em declarações à porta da PJ no Porto.
«Este circo mediático de colocar um presidente de câmara sob medida de detenção inibitória da liberdade é absolutamente inadmissível e inaceitável e é o produto da forma como o MP conduz a investigação em Portugal», referiu.
Para Pedro Marinho Falcão, o MP «pretende uma investigação espetáculo e não uma investigação para a descoberta da verdade, com a tranquilidade e a serenidade necessárias para que pessoas possam ser julgadas nos tribunais e não na praça pública», concluiu.
Autor: Nuno Cerqueira