twitter

Lampreia e Alvarinho dinamizam economia e turismo em Monção

Lampreia e Alvarinho dinamizam economia e turismo em Monção
Fotografia

Publicado em 01 de março de 2017, às 15:29

Investimento na produção de alvarinho é cada vez mais relevante para a economia de Monção

Já com grande tradição na região, os fins de semana gastronómicos são, atualmente, uma aposta abrangente do Turismo do Norte de Portugal, que aposta naquilo que cada concelho tem de mais genuíno para promover os diversos municípios, os quais ostentam um património construído, histórico e cultural, que tendo vindo a garantir um crescimento constante do novo “ouro” deste século: o turismo.

E Monção não poderia dar melhor exemplo da aposta acertada nesse setor, que garantiu lotação esgotada nos hotéis e na maioria dos restaurantes do concelho, onde a lampreia é este ano uma iguaria especialmente valorizada, seja ela servida no mais conhecido arroz, à bordalesa, assada, ou em entradas “gourmet”.

«Este ano, quando se apanha uma lampreia no rio Minho é uma festa», exclama o dono de um dos restaurantes aderentes à iniciativa, explicando que esta é uma raridade, que os mais antigos referem ser «cíclica», mas que faz disparar os preços de cada exemplar para os «30 ou 40 euros», um valor que pode dobrar no prato.

Euros de parte, a lampreia é bandeira dos restaurantes de referência, mas é tão só um dos muitos motivos para experimentar a boa mesa monçanense, recheada de pratos regionais de grande qualidade e de sobremesas irresistíveis.

Tudo tem que ser acompanhado pela excelência do “néctar dos deuses” entre os verdes: o alvarinho de Monção e Melgaço, desde a “pérola” do Palácio da Brejoeira, às muitas dezenas de produtores e à grande qualidade dos alvarinhos da Cooperativa.

Aqui, o alvarinho deixou há muito de ser “hobby” ou complemento, para ser «investimento sério e qualificado», responsável por «25 milhões de euros de receita direta na sub-região Monção/Melgaço e por cerca de 100 milhões de euros de movimento induzido na economia local», salienta Augusto Domingues, que há mais de três anos assumiu o leme da autarquia raiana, que está a “construir” mais uma Eurocidade com Salvaterra.

Com um evidente brilho nos olhos, este professor de agronomia há 20 anos dedicado à administração autárquica destaca a «grande evolução registada na viticultura monçanense» nas últimas décadas, que a tornaram na “menina dos olhos” da economia, exportando hoje para a maioria dos países consumidores de vinho.

Foi esta relevância que justificou o investimento no Museu do Alvarinho, onde os menos rurais podem perceber todo o ciclo de produção e finalizar com uma compensadora prova.

Além da profissionalização e atualização tecnológica e científica, a indústria do vinho «exige cada vez mais cooperação entre produtores para garantir a escala mínima exigível pelos grandes mercados», explica ao Diário do Minho uma das fundadoras da “Provam”, empresa pioneira que juntou dez produtores locais, que partilham a vinificação e a distribuição no mercado das várias centenas de milhar de garrafas de vinhos e espumantes alvarinhos.

A junção de forças em sociedades empresariais «é um exemplo» que carece de ser multiplicado, sem bairrismos exacerbados entre viticultores ou entre Monção e Melgaço, concelhos que confinam uma sub-região que perdeu a exclusividade da denominação “Alvarinho”, mas que tem na qualidade a sua nova fronteira para o sucesso.

Pormenor

A altaneira Torre da Lapela beija o rio Minho, num concelho onde é indispensável a visita ao riquíssimo Palácio da Brejoeira e uma prova vínica no Museu do Alvarinho, de onde os visitantes e turistas devem partir à descoberta das muralhas de Monção, até se perderem no sopé ribeirinho e descansarem no antigo Parque das Termas
.


Autor: José Carlos Lima