Guimarães vai promover a “inclusão digital” das pessoas acima dos 65 anos na freguesia de Creixomil, a mais populosa do concelho, através do projeto “Distâncias Off”, financiado pelo programa Bairros Saudáveis, foi hoje anunciado.
Promovida pela delegação de Guimarães do Associação de Solidariedade Social dos Professores (ASSP), a iniciativa é uma das quatro financiadas no concelho pelo programa estatal e destina-se a um território com 9.703 habitantes, segundo dados preliminares do Censos 2021, focando-se em criar um centro de inclusão digital na sede da Junta de Freguesia, além de ajudar alunos com dificuldades financeiras no acesso a equipamento informático.
“Começámos a perceber que recursos cada um de nós tem para melhorar a comunidade. [Creixomil] É a freguesia mais populosa do concelho, com vários desafios sociais. Temos cerca de 1.500 pessoas com mais de 65 anos e estima-se que 230 vivem sozinhas. Depois, há incapacidade financeira de muitas famílias em acederem a equipamento informático”, explicou Virgínia Martins, da ASSP, na cerimónia de apresentação dos projetos, decorrida nos Paços do Concelho.
Além da criação de um centro de inclusão digital e da cedência de equipamento informático, prevê-se ainda a inclusão de alunos da freguesia num “serviço de apoio ao estudo complementar”, lê-se na apresentação disponível no sítio oficial do Bairros Saudáveis, sobre uma iniciativa financiada em 32.727 euros.
Entre os restantes projetos, que já têm algumas das atividades em curso, o “CriativaMente” visa dar uma resposta para os problemas de “saúde mental” em quatro freguesias no oeste de Guimarães, através da recriação de peças de roupa usadas com a ajuda de técnicos de costura, de design de moda e da área psicossocial, que pode até criar três novos postos de trabalho, refere a apresentação.
O projeto “7 bairros capitais 7 bairros culturais” intervém em bairros da cidade que são propriedade da empresa municipal para a habitação, a CASFIG, através da “educação não formal para a arte”, com o intuito de se promover “a proximidade entre os habitantes”.
Um dos coordenadores da iniciativa da associação Capivara Azul, Pedro Silva, explicou que as mudanças nos bairros podem-se estender no tempo, com a criação, por exemplo, de um núcleo do coletivo Outra Voz, coletivo dedicado à expressão vocal com origem na Capital Europeia da Cultura de 2012.
Já o “Palácio da Imaginação”, da cooperativa municipal de solidariedade social Fraterna, pretende estimular a “cocriação comunitária” no bairro da Emboladoura, um empreendimento pertencente ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) que se encontra degradado.
Presente na cerimónia, um dos coordenadores do Bairros Saudáveis, Aitor Varea Oro, defendeu que é preciso “dar as boas-vindas a tudo o que for diferente”, sendo necessário “avaliar” o trabalho feito “daqui a um ano”.
Já o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, realçou que as iniciativas podem ajudar as populações visadas a terem um maior “sentido de pertença” aos lugares onde vivem, enquanto a vereadora com o pelouro da ação social, Paula Oliveira, destacou a “promoção da cultura do cuidado das populações”, com vista a serem “mais coesas e felizes”.
Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência em sete milhões de euros, pelo Fundo Ambiental em 2,1 milhões e pelo Ministério da Saúde em 900 mil euros, o Bairros Saudáveis foi criado pela resolução do Conselho de Ministros 52-A/2020, de 01 de julho, e vigora até dezembro de 2021, atribuindo um montante máximo de 50 mil euros a cada projeto.
Entre os 246 projetos financiados pelo programa, 71 localizam-se no Norte e quatro no município de Guimarães, assegurando um financiamento total de 175 mil euros.
Autor: Redação/Lusa
Guimarães promove “inclusão digital” dos idosos na freguesia mais populosa

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Publicado em 23 de novembro de 2021, às 15:14