O antigo mercado de Viana do Castelo, desenhado por Magalhães Moutinho, que veio a ser demolido para dar lugar ao prédio Coutinho, é uma das 12 obras do roteiro da arquitetura local incluída na exposição a inaugurar na segunda-feira.
As 12 obras retratam mais de 100 anos da história da arquitetura na capital do Alto Minho.
"Esperamos que, neste autêntico roteiro pela arquitetura de Viana do Castelo, se descubra a vontade de ver, conhecer ou redescobrir algumas das joias da nossa cidade, muitas delas ainda sem reconhecimento, mas que são fruto de uma época, de uma história e de um traço que estes e outros arquitetos deixaram para a posteridade", sublinhou hoje o presidente da Câmara, José Maria Costa.
Além do antigo mercado, que funcionou desde 1892 até 1965, também o teatro Sá de Miranda, de José Geraldo Sardinha, inaugurado em 1885, ou o templo de Santa Luzia, situado no monte com o mesmo nome, sobranceiro à cidade, com traço de Ventura Terra e cuja construção decorreu entre 1904 e 1959, fazem parte da mostra "Arquitetura em Viana do Castelo - 12 Arquitetos notáveis", integrada nos 172 anos de elevação da capital do Alto Minho a cidade.
A mostra, que propõe uma viagem com mais de 100 anos pelas obras que 12 arquitetos (já falecidos) deixaram em Viana do Castelo, vai ser inaugurada às 17:00, nos Antigos Paços do Concelho, na Praça da República.
A exposição divide-se em duas áreas, uma onde se espalham 12 painéis dos 12 arquitetos e outra que integra uma mesa, com dois metros de largura por cinco de comprimento, onde de pode acompanhar, através do mapa da cidade, o roteiro dos monumentos e edifícios em causa.
A praça da Liberdade, junto ao rio Lima, projetada por Fernando Távora (1923-2005), cidadão de Honra de Viana do Castelo, e o estádio municipal Manuela Machado, de Henrique de Carvalho (1950 - 2002), são outros projetos na mostra.
De Viana de Lima (1913 - 1991), além do anteprojeto do hospital distrital, nos anos sessenta do século XX, que não chegou a concluir, destaca-se ainda reabilitação da Praça da República, em 1985.
O Café Girassol, no jardim marginal, de Francisco Passos (1895 - 1952), ou o hospital distrital (1970-1980), hoje designado de Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), que entrou em funcionamento em 1983 e foi inaugurado a 06 de janeiro de 1984, de Chorão Ramalho (1914 - 2002), também integram o roteiro arquitetónico traçado pelo município.
"Esta opção surge da constatação de que, na paisagem urbana, a arquitetura é uma forma de arte que torna único o nosso centro histórico. Foram, assim, escolhidos para serem apresentados nesta exposição 12 arquitetos de Viana do Castelo ou com ligação a Viana do Castelo e à sua história arquitetónica, numa homenagem ao trabalho e à obra que nos deixaram", refere o autarca socialista da cidade no catálogo a distribuir as visitantes.
Além daquela mostra, as comemorações do 172.º aniversário de elevação de Viana do Castelo as cidades incluem a atribuição de 24 títulos honoríficos a personalidades e instituições que marcaram a vida da cidade e do concelho.
A ex-ministra do Mar Ana Paula Vitorino vai ser distinguida com o título de Cidadã Honorária da cidade, numa sessão que decorrerá na segunda-feira, às 18:00, no teatro municipal Sá de Miranda.
Autor: Redação / NC
Exposição mostra mais de um século de história da arquitetura de Viana do Castelo

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Publicado em 17 de janeiro de 2020, às 14:27