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Empresa de Famalicão usa caroços de azeitona para criar plástico inovador

Empresa de Famalicão usa caroços de azeitona para criar plástico inovador
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Publicado em 03 de fevereiro de 2023, às 12:16

A empresa tem como principais mercados de exportação a França, Alemanha e Tailândia.

A Plastifa, uma das melhores pequenas e médias empresas do país, sediada em Requião, no concelho de Famalicão, criou um plástico inovador, composto por polipropileno e caroços de azeitona. O novo e exclusivo material ecológico já tem um protótipo e está a ser testado para ser usado no mercado em produtos para consumo. Especialista em injeção de plástico e produção de peças para a indústria automóvel, além de outras muitos técnicas e de alta qualidade, a empresa Plastifa quer aumentar os seus índices de sustentabilidade e oferecer materiais biológicos combinados com termoplásticos. Assim, ao longo dos últimos tempos criou e está a testar um novo plástico inovador, concebido com 15% de caroços de azeitona combinados com um polímero. «Já fizemos ensaios e protótipos, estando agora no mercado, junto com os nossos clientes, a tentar aplicá- -lo em algum tipo produtos para consumo», revelou, esta quinta-feira, Manuel Carvalho, CEO da Plastifa, no decurso da visita à empresa pelo presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, no âmbito do roteiro “Famalicão Created IN”. Aquele novo material inovador pode ser usados em produtos para consumo, «mas não em peças muito técnicas do ponto de vista da resistência ao impacto ou tração, mas mais em peças de uso corrente», explicou Manuel Carvalho. O plástico inovador contribui bastante para a redução da pegada ecológica, reutiliza os resíduos de caroços de azeitonas do Alentejo, além de também usar termoplásticos reciclados. Porém, «este processo implica o encarecimento da matéria prima, porque não se trata de simplesmente adicionar o caroço de azeitona no nosso plástico, mas integra um processo intermédio adicional de extorsão, pelo que o cliente que vai usar este material ecológico tem que estar disposto a pagar mais que pelo tradicional», salvaguardou o empresário. No entanto, o caminho é cada vez mais ecológico e a empresa «já está preparada para dar resposta a este novo desafio», assinalou. A Plastifa iniciou a sua atividade com duas máquinas de injeção, produzindo maioritariamente peças para brinquedos e componentes elétricos. Hoje, é uma PME de Excelência e uma das cinco melhores do país, com perspetivas de crescimento nos próximos anos, depois das quebras impostas pela pandemia e a incerteza provocada pela guerra na Ucrânia. Com foco na qualidade dos seus produtos e serviços, conta com uma equipa de 76 pessoas preparada para responder às necessidades mais exigentes do mercado, estando cerca de 85% da sua produção dedicada ao setor automóvel e os restantes 15% divididos por diversas áreas, entre elas a Médica, Ótica e a Sanitária. «Esta empresa representa e evidencia bem o que tem sido a evolução do nosso tecido produtivo, começou com brinquedos e evoluiu por via de grande inovação para produtos de enorme precisão e qualidade. É uma empresa que já é procurada para encontrar soluções de diversos produtos. É notável verificarmos esta evolução, com capacidade instalada, ‘know-how’, automatização, digitalização e preocupação ecológica. (...) Há aqui muita inovação, desenvolvimento e um ecossistema empresarial famalicense de relevar», aplaudiu e elogiou o presidente do Município, Mário Passos, no final da visita.
Autor: Rui de Lemos