António Oliveira, nascido em Braga veio parar a Esposende para trabalhar no Hotel Nélia. «O começo do trabalho foi atribulado. Comecei no dia 25 de abril de 1974. Quando cheguei para trabalhar, íamos servir um ministro que vinha de Viana do Castelo. Quando chegou ao hotel, entre e saiu logo a correr com os militares. Não sabíamos o que se passava. Depois percebemos que era a revolução. Forma curiosa de me estrear a trabalhar», recorda. Depois de uma carreira na hotelaria, há 25 anos atrás nascia o café Central que sempre conviveu com os pescadores, mas foram os panados que levaram figuras públicas ao local. «Olhe, o Jorge Palma vinha aqui. Sentava-se ali num canto e comia uns panados. Também o Reininho dos GNR vinha aqui, sempre com um grupo. Gente educada, não chateavam ninguém nem se mostravam as estrelas que são», conta. As noites também foram de alguns sobressaltos, principalmente causados pelos excesso de álcool. «Uma noite uns australianos, um deles até casado com uma moça das Marinhas, envolveram-se numa cena de pancadaria aqui dentro de outro mundo. No final acabou todo mundo abraçado. Aquilo foi feio», relembra. O café Central foi juntando ao longos dos anos património relacionado com a pesca e que, na hora do fecho, o senhor Oliveira decidiu oferecer ao Forum Esposendense. «Já levou para lá tudo. É a instituição certa para as peças ficarem protegidas. O Forum é uma grande instituição que deve ser acarinhada por todos, pois são zeladores de grande espólio patrimonial destas terras», diz, justificando assim o porquê de ter escolhido o Forum para guardar o espólio marítimo do Café Central.De Braga para Esposende
Autor: Nuno Cerqueira