«Há uma maior preocupação das pessoas com o lavar das mãos. Alguns entram e vão logo diretos à casa de banho», conta Paula Gomes, funcionária de um café em Famalicão, dando conta que o tema coronovírus é inevitável por entre os clientes.
Se por um lado este hábito de higienização da mãos é cada vez mais comum, Paula fala ainda dos cumprimentos.
«Sem dúvida. Alguns brincam a cumprimentam-s com o cotovelo. Mas eu acho que isto não está para brincadeiras. O pior, para mim, ainda está para vir. Para já não se reflete nos clientes, apenas nas vezes que reforçamos o papel e sabonete nos WC´s», aponta a funcionária.
Mas não é só no café que se nota algo de diferente. Nos supermercados é notório uma corrida aos produtos de consumo de longo prazo.
«Acho que todos já tomaram a consciência que podem mesmo ter que ficar em casa fechados. Têm levado latas de conservas ou massas. Há um crescente de produtos nos carrinhos de compras, como se timidamente se preparem-se para uma quarentena», destaca Marta Araújo, que serve num supermercado entre Barcelos e Famalicão.
Nas farmácias ou até mesmo parafarmárcias ligadas a grandes cadeias o gel com álcool para as mãos é uma raridade e as máscaras é outro dos produtos que é difícil de encontrar.
«Há muito tempo que esgotou», afirma uma funcionária de uma farmácia em Guimarães.
Também no vale do Ave as indústrias temem um crise que arrase com o setor do vestuário e calçado, pois e já há quem peça medidas excecionais devido ao “surto de coronavírus”.
Muitas empresas não tenham capacidade de cumprir com exigências de produção devido à identificação de muitos casos particulares de contaminação pelo coranavírus e o eventual encerramento de empresas para cumprimento de protocolos de quarentena sanitária.
«Perante a constatação da propagação local deste vírus, que levou ao encerramento, por parte da Direção-Geral da Saúde [DGS], de escolas e outros estabelecimentos públicos, estamos muito apreensivos com as consequências económicas nefastas que advirão a muito breve prazo», lê-se numa carta enviada por agentes políticos ao ministro Pedro Siza Vieira e que divulgou à comunicação social.
Manifestando-se «bastante preocupados com o impacto direto na economia local», é pedido ao ministro da Economia um «exercício de solidariedade governamental com um concelho que tanto tem contribuído para o sucesso empresarial português».
Apelam, por isso, que o governante diligencie «o melhor apoio direto, através de criação de Linha especial de Apoio às PME`s».
Mas há mais danos devidos ao novo corona vírus: Serviços públicos de juntas têm vindo a encerrar e no Minho são cada vez mais escolas e instituições de Ensino Superior, como caso da UMinho, em Gualtar (ver aqui), e CESPU, no vale do Ave, que estão a encerrar ou a condicionar os estabelecimentos devido ao Covid19 (ver aqui).
No turismo também hóteis, restauração e outros empresas ligadas ao rumo começam a sentir cada vez menos procura (ver aqui).
Também o desporto está a ser bastante afetado com o cancelamento de provas, apesar de o futebol, desporto rei no Minho, ainda não tem jogos à porta fechada ou adiados, tendo apenas para já, e no caso da FPF, alterações a nível do comportamento preventivo (ver aqui) como o caso dos apertos de mão.
Autor: Nuno Cerqueira
Covid19 começa a "esvaziar" cafés, empresas e encerramentos no ensino e serviços no Minho
Publicado em 09 de março de 2020, às 12:41