Para a diretora artística da Contextile, Cláudia Melo, passados dez anos, este era o momento de se fazer “um ponto de situação, de reflexão”.“O tema, o conceito desta bienal é o ‘remake’ [‘refazer’, na tradução do inglês]. Através do pensamento crítico, como é que se pode atuar, mudar o que precisa de ser mudado. É uma proposta bastante desafiadora e bastante difícil também, mas era importante repensar aquilo que poderá ser feito de novo e aquilo que poderá ser feito melhor”, frisa.
A “assinatura deste ano” da bienal é “o têxtil na arte”, a capacidade de “refletir o têxtil como incitador e como congregador” e como, através dele, “os artistas resolvem as suas propostas, trazendo também para a dimensão do têxtil outros pensamentos da arte contemporânea”, revela Cláudia Melo. A diretora artística destaca na programação todos os trabalhos que vão estar patentes em 15 lugares de Guimarães, "desde as exposições e as intervenções em espaço público das escolas que trabalham o têxtil nos seus departamentos de ensino, as residências artísticas, que mostram os seus resultados no Convento dos Capuchos, de salientar também a exposição que vamos ter no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), com dez artistas portugueses que propõe uma perspetiva de uma possível história do têxtil na arte portuguesa”.A exposição “10 artistas – O Têxtil na Arte Portuguesa” assinala os 10 anos de Contextile, vai estar no CIAJG e contempla obras de uma dezena de criadores nacionais: Ana Vieira, António Barros, Eduardo Nery, Gisella Santi, Joana Vasconcelos, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, José de Guimarães, Leonor Antunes, Lourdes Castro e Margarida Reis. Já aexposição internacional, com 58 obras de 54 artistas, de 33 países, selecionados por um júri internacional, que vai estar patente no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), é “o epicentro da bienal” para Joaquim Pinheiro.
Há ainda uma exposição de 12 artistas da Noruega, país convidado, que pode ver vista em três sítios diferentes da cidade, bem como instalações do artista convidado Ibrahim Mahama na muralha do Castelo de Guimarães e no IDEGUI. "Esta instalação faz parte de um trabalho antigo que comecei a desenvolver em 2012, quando era estudante universitário. Reflete o meu interesse nestes materiais e na história que eles contam", conta o artista à Lusa.Ibrahim Mahama assume ainda estar “curioso” quanto à reação do público, pois cada um imagina e interpreta a arte de forma diferente.
Da programação da Contextile 2022 fazem parte ainda residências artísticas, a exposição "Emergências", criada com as escolas artísticas que têm o têxtil nos currículos, as TextileTalks, dez workshops, visitas guiadas e vários projetos satélite. O evento prolonga-se até o dia 30 de outubro.Autor: Redação/Lusa