Aquela informação foi avançada, ontem, na reunião do executivo municipal pelo vereador André Coelho Lima, da coligação PSD/CDS, dando conta que a decisão do INEM em suspender aquele serviço noturno, entre a meia noite e as oito da manhã, foi tomada no passado dia 14 deste mês e entrará em vigor já a partir do dia 1 de maio.
Atualmente, aquele serviço funciona 24 horas por dia, respondendo aos serviços do hospital, servindo a população do concelho, juntamente com a ambulância tripulada pelos bombeiros.
Por comparação, em Braga existem duas ambulâncias do INEM com aquelas caraterísticas, pretendendo a medida «que o serviço noturno em Guimarães passe a ser prestado pela segunda ambulância existente em Braga, o que não faz sentido tendo em conta as populações idênticas», apontou e condenou André Coelho Lima.
Ainda segundo o autarca social-democrata, a decisão torna-se mais grave tendo em conta que se trata de «uma ambulância que faz cerca de 5 saídas por noite, o que diz respeito a cerca de 1500 atendimentos por ano. É um serviço que socorre muita gente e bastante importante para o bem-estar dos vimaranenses», suportou.
Segundo a informação veiculada no executivo vimaranense, a ambulância vai passar a ficar parada entre a meia-noite e as oito da manhã e o pessoal alocado a este serviço será recolocado.
Mesmo «sem conhecimento oficial» daquela decisão, o executivo vimaranense mostrou-se unido e solidário no sentido de «intervir neste processo» para «travar a suspensão».
«Ainda hoje vou contactar com a tutela para saber exatamente o que se passa, mas da informação oficial e oficiosa não me foi dado a conhecer rigorosamente nada», afiançou o presidente da Câmara, Domingos Bragança.
No entanto, o presidente do Município acrescentou que aquele serviço de socorro à população do concelho deverá estar disponível 24 horas por dia e que tudo fará para que assim seja.
«Se a decisão está tomada, é para reverter. Todos podem contar com o presidente da Câmara para travar esta decisão, caso tenha sido realmente tomada», garantiu Domingos Bragança.
Entretanto, ao final da manhã, a comissão de trabalhadores do INEM agendou também um protesto contra a suspensão daquele serviço em Guimarães, para o próximo domingo, a partir das 18h00, com uma vigília em frente ao Hospital da Senhora da Oliveira, instituição que prestava o serviço desde 2015.
De resto, a comissão de trabalhadores emitiu um comunicado opondo-se à reorganização dos meios de emergência, mostrando-se sobretudo preocupada com «o fecho do horário da noite, num total de 13 ambulâncias a nível nacional, onde apesar de existir o argumento da redundância de meios, qualquer operacional de debate diariamente com o contrário».
Os profissionais do INEM consideram mesmo que, com a supressão de meios «irá ser posto em causa o socorro em várias áreas urbanas, sem alternativa e que, com o período de verão, será agravada pela necessidade de envio de bombeiros para o DECIF [Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais]. É o caso potencial dos municípios de Maia, Guimarães, Chaves, Ovar, Espinho, Covilhã, Aveiro, Anadia e Amadora».
Autor: Rui de Lemos