O uso do colete de salvação vai ser obrigatório, a partir de 15 de fevereiro de 2019, nas pesqueiras do rio Minho (estrutura em pedra usada para a pesca da lampreia), disse hoje o capitão do porto de Caminha.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Costa adiantou que a medida, aprovada pela Comissão Internacional de Limites entre Portugal e Espanha, surge na sequência dos dois acidentes mortais registados este ano no rio, envolvendo aquelas estruturas onde são colocadas redes para a captura da lampreia.
"Infelizmente, tivemos dois acidentes fatais. Na história das pesqueiras não é muito usual. Tivemos de tomar uma medida que, de alguma forma, dê mais segurança aos praticantes desta atividade", afirmou o capitão do porto e comandante da Polícia Marítima de Caminha.
Um dos casos ocorreu em fevereiro, com um pescador de 56 anos de idade, de Messegães, em Monção e, o outro, em abril, vitimou um homem de 67 anos, de Alvaredo, Melgaço.
Pedro Costa preside, juntamente com o comandante naval do Minho, da Galiza, àquela comissão internacional, que se reuniu na última terça-feira.
"A partir do dia 15 de fevereiro de 2019, que é quando começa a pesca da lampreia nas pesqueiras, os pescadores quando estiveram na atividade da pesca têm, obrigatoriamente, de utilizar os coletes de salvação", frisou.
Pedro Costa adiantou também que na temporada 2018/2019 irá manter-se a pesca do meixão (enguias bebé) e do salmão.
Ainda sobre a pesca do meixão, o capitão do porto de Caminha apontou o rio Minho como "um excelente exemplo de proteção de recursos".
"O rio Minho é um excelente exemplo de como a proteção de recursos pode não passar apenas pela proibição de pesca. No rio Minho há um aspeto muito interessante que é a autorregulação de recursos, que é feita pelos próprios pescadores, porque de alguma forma a pesca é partilhada por todos. Quando há alguma coisa que acaba por fugir um bocadinho ao permitido, nós sabemos com brevidade e podemos atuar. Essa autorregulação existe no rio Minho e não noutros rios onde a pesca do meixão não é autorizada", referiu Pedro Costa.
Adiantou também que, em setembro, a Comissão Internacional de Limites entre Portugal e Espanha "irá apresentar à União Europeia, um ponto de situação do Plano de Gestão da Enguia Europeia".
Foi também aprovado o período da atividade de caça na época 2018/2019, que irá decorrer entre 01 de novembro de 2018 a 06 de janeiro de 2019.
Pedro Costa destacou "o aumento, em cerca de um quilómetro, da zona de refúgio de caça entre Valença e Tui (Galiza), para montante, até à confluência do rio Loro com o rio Minho, na margem espanhola e na sua perpendicular, na margem portuguesa".
Autor: Lusa