A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) defendeu esta sexta-feira mais investimento e mais bolsas de investigação. O pedido surge no âmbito do NUTRIR - Núcleo Tecnológico para a Sustentabilidade Agroalimentar, centro de transferência do conhecimento no setor agroalimentar da região, cujo trabalho é destacado pela CIM Alto Minho.
Segundo o presidente da Comunidade, Manoel Batista, assegura que,em ano e meio, o NUTRIR “cresceu e, neste momento, abrange todo o Alto Minho” com vários desafios e objetivos.“A vinha e o vinho têm crescido imenso nos últimos anos no nosso território. Mas também conhecimento na área da produção local, sobretudo na produção de carne, que está a crescer muito nos nossos territórios, [nomeadamente em] Melgaço, Arcos de Valdevez, Paredes de Coura, Ponte da Barca [e] Monção”, destaca.
O responsável salienta aindaque o crescimento da “criação de carne em regime extensivo” nas montanhas da região faz com que seja fundamental haver a capacidade de “transferir conhecimento para os produtores e de criar condições para que tenham a oportunidade” de acrescentar valor.“Estamos a falar de carne, sobretudo de raças autóctones, de grande qualidade, que pode realmente ganhar valor e trazer uma economia nova, muito mais potente, para os produtores e para os territórios. E, estamos a falar também, num conjunto de outros ativos, gastronomia, dos ativos ligados sobretudo à flora do Alto Minho, que podem ganhar imenso com a dinamização deste centro de transferência do conhecimento”, frisa.
O presidente do CIM do Alto Minho defende então que é necessário "acrescentar investimento, ser capaz de trazer fundos, do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], ou não", de modo a desenvolver "ainda mais" a iniciativa. Para além disso, a Comunidade reivindicaa criação de mais bolsas de investigação, a somar às que já existem, designadamente, ao conjunto de 19 doutoramentos a desenvolver na região, que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) celebrou recentemente com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).
“Aquilo que queremos dizer também às senhoras ministras é que é fundamental um investimento maior neste tipo de instrumentos de trabalho que estamos a criar e a desenvolver aqui no território, porque eles são absolutamente cruciais para o desenvolvimento harmónico, sustentável e real, do ponto de vista da economia, nos nossos territórios”, acrescenta Manoel Batista. Para o responsável, “é importante e fundamental trazer conhecimento e massa crítica” para a região, com o objetivo de se alcançar uma “outra dinâmica”.
O NUTRIR, criado há ano e meio e com sede em Melgaço, é um centro de transferência do conhecimento e de competências, que junta o IPVC, a UTAD e a Universidade de Compostela, em Espanha. O centro agrega os municípios deArcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.
Autor: Redação/Lusa