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Arcos investe nas tradições mas exige "Estado próximo"

Arcos investe nas tradições mas exige "Estado próximo"
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Publicado em 29 de março de 2017, às 23:04

Antiga Escola Primária de Rio Frio vai ganhar "nova vida" como Museu da cultura local

Foi com o salão nobre apinhado de autarcas e populares, que a Câmara Municipal de Arcos de Valdevez garantiu, ontem, que o Estado comparticipa em 50 por cento o futuro Museu dos Ofícios e Arte Popular de Rio Frio.

O futuro equipamento, cuja reconversão está orçada em quase 70 mil euros, vai dar nova vida à antiga Escola Primária da localidade, um símbolo da cultura local, que ajudou a educar muitas gerações de “riofrienses”, para os quais era “uma dor de alma” a degradação deste edifício emblemático.

E Arcos de Valdevez não fez por menos e foi em ambiente de festa solene que recebeu o secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, que outorgou a comparticipação de 35 mil euros para ajudar a realizar mais este sonho de uma comunidade que viu muitos filhos da terra emigrarem, mas cujas gentes aqui e além mantêm um forte orgulho em pertencer a um povo que se fez na adversidade e viu as freguesias e vilas alcançarem «uma verdadeira revolução de desenvolvimento» ao longo destes 40 anos de poder local democrático.

E para testemunhar o ato, de Rio Frio vieram autarcas e residentes que não deixaram de agradecer o «apoio para este projeto mobilizador da cultura local e de que qualquer um se vai poder orgulhar», realçou o presidente da Junta António Araújo Amorim, que teve direito a um elogio de Carlos Miguel por «o seu projeto e atitude ser um exemplo para que outros autarcas encontrem sempre novas formas de “fazer omeletes quase sem ovos”, produzindo desenvolvimento local e nacional».

Antes da outorga do contrato de financiamento, que motivou a presença do vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), Ricardo Magalhães, e da diretora-geral das Autarquias Locais, Sónia Ramalheiro, já o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Esteves, tinha destacado o investimento municipal «na coesão territorial e na necessidade de tornar este território magnífico de baixa densidade, num espaço de desenvolvimento de alta competitividade».

«Precisamos que o Estado invista de forma integrada no fomento demográfico, na garantia de uma rede de serviços públicos de proximidade e do reforço dos apoios ao empreendedorismo e competitividade», resumiu o autarca social-democrata, que não poupou elogios ao ex-autarca Carlos Miguel, que por sinal integra o Governo do ex-edil lisboeta António Costa. 

«Sabemos que sente e sabe as necessidades dos autarcas e nós precisamos que responda às nossas necessidades para fazermos avançar estes territórios e aqui fixar pessoas, com uma qualidade de vida que Lisboa não pode dar», vincou João Esteves, que não deixou sair o governante sem um "cesto pesado" de produtos locais, artisticamente feitos por gente dos Arcos.

O poder às pessoas

O secretário de Estado das Autarquias Locais afirmou, em Arcos de Valdevez, que é necessária uma administração menos central e menos municipal, mas cada vez mais próxima das pessoas.

«Precisamos do poder junto das pessoas e, por isso, não basta ao Estado descentralizar para as regiões e as Câmaras, mas estas têm que delegar também nas Juntas. 

Em cooperação fazemos muito mais e melhor: o fundamental é todos criarmos emprego e riqueza, pois só assim fixamos pessoas e conseguiremos ganhar o futuro».


Autor: José Carlos Lima