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Arcos das Cruzes abrem 15 dias de festa em Barcelos

Arcos das Cruzes abrem 15 dias de festa em Barcelos
Fotografia

Publicado em 23 de abril de 2017, às 23:57

Arcos das Cruzes embelezam o centro da cidade, para os 15 dias de folia da primeira romaria, em Barcelos

Os Arcos das freguesias do concelho de Barcelos assinalaram, ontem, a abertura oficial da primeira e uma das maiores romarias de Portugal: a Festa das Cruzes, que acampou na cidade condal até ao próximo dia 7 de maio.

São 15 dias de folia genuinamente popular, com um sem-número de atividades culturais, religiosas e desportivas, que abrem a época festiva no Minho, que dura até às Feiras Novas dos vizinhos de Ponte de Lima, em meados de setembro.

Ontem, o programa arrancou com a "inauguração" dos Arcos da Romaria, ao redor do Campo da Feira. À noite, o primeiro arraial ofereceu a música da banda de Jorge Loureiro, abrindo "as hostilidades" de uma festa que congrega todos os habitantes do maior concelho de Portugal e muitos milhares de forasteiros de toda a região e da Galiza, que aproveitam para visitar a cidade e/ou fazer romaria ao Senhor da Cruz.

O programa da festa tem como cabeças de cartaz Mikael Carreira, Amor Electro e Anjos, mas pelo palco irão passar muitos nomes da música nacional.

A autarquia barcelense tinha já destacado que «a Festa das Cruzes terá iniciativas para todas as idades, não esquecendo a juventude, com um programa alargado do “Bamos às Cruzes!”, que este ano conta com sete noites de diversão no Jardim das Barrocas». Nestas festividades, os Zés P'reiras, os ranchos folclóricos e as rusgas vão invadir a cidade de música e alegria desde o primeiro ao último dia da Romaria.

A Festa das Cruzes é uma das maiores festas religiosas e populares, que terá mais de 60 eventos, mais grupos e mais música.

Uma das grandes novidades deste ano é a Missa para Coro a três vozes e Orquestra em honra do Senhor da Cruz, à luz das composições do barcelense Miguel Ângelo Pereira, que se realiza no dia 28 de abril, às 19h00, na Templo do Bom Jesus da Cruz.

Na vertente religiosa, o destaque também para os tapetes de pétalas naturais que estarão expostos no Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz e, ainda, a Grandiosa Procissão da Invenção da Santa Cruz que «este ano terá alusão ao Ano Mariano».

A Procissão com a presença de elementos culturais, etnográficos, folclóricos e populares é um dos pontos altos das Cruzes, a 3 de maio, feriado municipal e dia consagrado ao Senhor do Bom Jesus da Cruz.

História

A origem da Festa das Cruzes remonta ao início do século XVI, onde no ano de 1504, sob o reinado de D. Manuel I, numa sexta-feira, dia 20 de dezembro, por volta das 9h00, o sapateiro João Pires regressava da missa na Ermida do Salvador e, ao passar no campo da Feira, observou na terra, uma cruz de cor preta. Como não quis guardar só para si aquilo que considerou ser “um sinal sagrado”, alertou o povo que depressa veio ao local.

«A cruz apareceu sob a forma de uma mancha negra que ia crescendo até se formar uma cruz perfeita, em que a cor não ficava só à superfície mas penetrava em profundidade na terra – por mais que se cave, sempre se acha», diz a tradição secular, que fez nascer a devoção ao “Senhor da Cruz”.

Primeiro surgiu um cruzeiro em pedra, depois uma ermida e, dois séculos mais tarde, foi construído o magnífico templo, que é o epicentro das Cruzes.

Até ao século XIX, as festas eram de cariz religioso, mas no século XX foram-se adicionando os carrocéis, barracas, corridas de cavalos, circo, fogo de artifício, cortejos, torneios e concursos, entre muitos outros acontecimentos de natureza popular.

 


Autor: José Carlos Lima