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Ana Margarida Carvalho recebeu prémio "Camilo Castelo Branco" das mãos de Paulo Cunha

Ana Margarida Carvalho recebeu prémio "Camilo Castelo Branco" das mãos de Paulo Cunha
Fotografia

Publicado em 11 de novembro de 2018, às 17:25

Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.

O presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, e o presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), José Manuel Mendes, entregaram em Famalicão à escritora e jornalista Ana Margarida Carvalho o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, prémio este que destina-se a distinguir uma obra em língua portuguesa de um autor português ou de país africano de expressão portuguesa, publicada em livro, 1.ª edição, no decurso do ano de 2017. A cerimónia decorreu num dos auditórios da Escola Secundária Camilo Castelo Branco e distingue a obra «Pequenos delírios domésticos», edição Relógios d´Água, uma obra que convenceu, de forma unanime, o júri, constituído por Cândido Oliveira Martins, Fernando Batista e Isabel Cristina Mateus.
O livro, que foi buscar o título a uma música de Sérgio Godinho num epígrafe da autora, retrata pequenas histórias atuais como os incêndios que devastaram o país, em 2017, aos dramas íntimos de portugueses convertidos ao estado islâmico, de refugiados sírios num lar de velhos ou de uma mulher tunisina que dá à luz num barco apinhado de gente durante a travessia do Mediterrâneo. Uma mistura os dois lados profissionais da autora, a realidade do jornalismo e a imaginação da escritora.
«Trata de um conjunto de contos que surpreende o leitor pela invulgar atualidade temática e sociológica. Um notável trabalho de precisão e depuramento da palavra e, acima de tudo, a um olhar atento aos dramas humanos, independentemente do lugar mais ou menos doméstico que lhes serve de palco», disse o juri. O presidente da Câmara de Famalicão destacou a importância do prémio num contexto onde o patrono da distinção é intimo de Famalicão. «O nosso concelho continua focado naquilo que é a sua história, memória e identidade. É um autor que não pode ser esquecido e este grande prémio é uma forma de perpetuar a memória de Camilo Castelo Branco. Ao mesmo tempo traz para Famalicão vultos da cultura nacional como é o caso da premiada deste ano e outras de ano interiores cujo as obras ajudam em muito a valorizar o prémio que é concedido», apontou Paulo Cunha. Já a escritora mostrou «orgulho» e «honra» na distinção.
«Um prémio permite ao livro ganhar uma nova vida, uma espécie de segunda oportunidade ao livro, pois como é sabido os livros têm, infelizmente, menor prazo do que os iogurtes», frisou Ana Margarida de Carvalho, que acrescentou ainda que o livro não pretende transmitir mensagens, mas sim «mais fazer perguntas do que dar respostas».
«O que une estes contos é uma ideia de casa, de lar, de desejo regressar a uma casa perdida», destaca a autora, que num dos contos conta o momento que passou ao perder uma casa nos incêndios de 2017, um testemunho passado ao vivo. Ana Margarida de Carvalho é jornalista e escritora. Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa. O primeiro romance “Que Importa a Fúria do Mar” valeu-lhe o prémio APE 2013. “Não se Pode Morar nos Olhos de um Gato” é o seu segundo romance, foi considerado livro do ano 2017, nomeado pela SPA, e vencedor do Prémio Manuel Boaventura.  
Autor: Nuno Cerqueira