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Autarca de Monção é o novo presidente da CIM do Alto Minho

Autarca de Monção é o novo presidente da CIM do Alto Minho
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 11 de novembro de 2025, às 22:45

Distrito de Viana quer respostas do Governo nas áreas da saúde, acessibilidades e mobilidade.

O presidente da Câmara de Monção, António Barbosa (PSD), foi ontem eleito presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, estrutura que reúne os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo.

António Barbosa, eleito nas autárquicas de outubro para um último mandato na Câmara de Monção, sucede no cargo o ex-autarca socialista de Melgaço, Manoel Batista, que não concorreu nas últimas autárquicas por ter atingido o limite de mandatos.

Além de António Barbosa, foram eleitos na primeira reunião do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho depois das autárquicas, que decorreu no edifício da Villa Moraes, em Ponte de Lima, os vice-presidentes Vasco Ferraz (CDS-PP), autarca do município de Ponte de Lima, e Luís Nobre, socialista reeleito em Viana do Castelo.

No Alto Minho, o PSD, sozinho ou em coligação com o CDS-PP, passou a deter a maioria das autarquias (5), contra quatro do PS e uma do CDS-PP, facto que pesa na eleição do novo presidente.

No final da eleição, por unanimidade, em declarações aos jornalistas, António Barbosa avisou o Governo que nos próximos quatro anos os 10 autarcas do Alto Minho vão ser “intransigentes e muito chatos” na resposta às prioridades, destacando, entre outras áreas, a saúde, acessibilidades e mobilidade.

“Nós, de uma vez por todas vamos alicerçar as nossas prioridades e batalhar por elas (…) Depois vamos colocarmo-nos no terreno junto dos que podem resolvê-las, que é o nosso Governo, e mostrar a essa gente que está lá em baixo que o Alto Minho hoje é um território de sucesso, e que eles têm de olhar para nós como um território de sucesso e responder em circunstâncias iguais ao nosso trabalho”, afirmou o social-democrata.

António Barbosa adiantou que irá “bater o pé ao Governo” da sua cor partidária, posição que, assegurou, já assumiu durante a governação da Câmara de Monção.

“Os políticos devem servir apenas e só para estar ao serviço das pessoas (…) Estou no último mandato enquanto presidente de Câmara [de Monção], se for necessário vou a Lisboa todas as semanas para garantir que nos ouvem, que as portas são abertas e que os compromissos sucessivos dos governos que foram feitos com o Alto Minho e nunca foram cumpridos têm de passar a ser feitos”, realçou.

Para o novo líder da CIM do Alto Minho, o distrito de Viana do Castelo tem sido um exemplo do trabalho dos autarcas, nas últimas décadas, e tem de começar a ser respeitado pelos governos.

“Trabalharei todos os dias para sermos respeitados (…) Os sucessivos governos não têm respondido [às necessidades da região]. Basta olhar para o território e perceber o que é hoje um território que vale 2,5 mil milhões de euros em termos de exportações. (…) Podíamos falar por que é que os sucessivos governos têm apostado de uma forma muito evidente em pagar passes e garantir preços mais acessíveis para os que já têm tudo e mais alguma coisa e para os territórios de baixa densidade dão-nos algumas migalhas para tentar resolver as necessidades efetivas do território. Temos de ser intransigentes”, avisou.

António Barbosa disse ainda que o concurso público para a rede intermunicipal de transportes será “terminado urgentemente para garantir a transformação verdadeira do território”.

“No próximo ano, temos de ter resolvida de uma vez por todas a questão da rede intermunicipal de transportes. Se queremos territórios coesos, onde toda a gente pode escolher o local onde quer viver, temos de dar condições para que isso possa acontecer (…) Está a ser trabalhado um novo concurso público. Nas próximas semanas daremos novidades sobre essa matéria. Essa é uma das matérias prioritárias”, disse.

Segundo António Barbosa, foram realizados “ajustamentos” ao concurso para “responder às necessidades de cada concelho”.

“O que queremos é que este longo martírio que tivemos ao longo dos últimos anos seja ultrapassado e que o possamos dizer aos cidadãos. Queremos um território que cresça à mesma velocidade. Não queremos um Alto Minho a duas velocidades. Queremos um Alto Minho a uma única velocidade onde todos se sintam bem e possam escolher o local onde querem viver e investir”, sublinhou.