Deolinda Fontaínha saiu pela primeira vez da sua cozinha, em Viana do Castelo, para brilhar junto com Arnaldo Azevedo no primeiro dos banquetes do evento Vinhos Verdes – Essência Festival, que decorreu este fim de semana no Museu Soares dos Reis, no Porto.
Deste trabalho conjunto da responsável pelo restaurante Tasquinha da Linda e do chefe com uma estrela Michelin resultou, na passada sexta-feira, um jantar de alta cozinha com sabores do mar.
A ementa foi harmonizada com Vinhos Verdes, tendo como escanção Sérgio Ramos, o responsável pelo setor dos vinhos do Tasquinha da Linda, estabelecimento galardoado com o prémio “Serviço de Vinhos do Ano” nos galardões “Os melhores de 2024”, atribuídos pela Revista de Vinhos.
Os convidados foram recebidos por um Quinta do Mascanho Reserva Bruto 2021, seguindo-se gamba do Algarve, xerém de bivalves e coentros harmonizado com Quinta de Sanjoanne Terroir Mineral 2023; arroz de ovas de ouriço acompanhado por Paço de Treixeiró Vinha de Souzais 2023; novilho nacional, cremoso de batata e cogumelos com Quinta das Arcas Vinhão Escolha 2014; e tarte de yuzo e merengue cítrico com Quinta da Lixa Espumante Bruto, ementa abrilhantada com dois momentos musicais.
Linda, como é conhecida, revela que esta foi a estreia a cozinhar para tanta gente com um chefe Michelin «muito fixe» ao lado, mas gostou muito da experiência, tendo a filha, Anaisa Ramos, sido a responsável pela sobremesa. «Agradeço a quem nos convidou e espero que continuem a fazer projetos como este, pois foi muito engraçado», declarou.
A chefe quer continuar fiel à cozinha tradicional, que está na base do sucesso da Taquinha da Linda. Com um percurso de 17 anos, o restaurante viu revalidada a distinção Bib Gourmand, com a qual o Guia Michelin sinaliza os estabelecimentos que se notabilizam pela relação qualidade/preço, tendo atualmente dez funcionários.
Sérgio Ramos, filho de Linda, revela que o establecimento tem uma carta com 350 referências, com a área dos espumantes em crescimento. «Sei tudo o que se passa dentro da cozinha da minha mãe, todos os ingredientes. E cada vinho que entra na carta é sempre com o intuito de fazer a harmonização com os pratos», explica, realçando a preocupação de saber o que o cliente deseja no sentido de ajudá-lo na escolha.
Esta foi a terceira participação de Arnaldo Azevedo, do restaurante Vila Foz, no Porto, que considera «ótimo» a tendência de unir chefes de “fine dining” e de cozinha tradicional, uma vez que se complementam e criam laços de proximidade. «É um momento de partilha, que acaba por ser espetacular», diz.
Em seu entender, este é um bom momento da gastronomia portuguesa. «Cada vez mais a gastronomia nacional está a crescer, está a ser valorizada e não só dentro portas, mas também lá fora», afirma.
Por seu turno, o fundador da Essência Company, entidade organizadora, Nuno Guedes Vaz Pires, mostrou a satisfação pela realização da quarta edição do evento, que junta chefes consagrados a chefes emergentes. «Para além dos chefes mais conhecidos do grande público, gostamos de trazer chefes emergentes, de dar a conhecer as novidades», refere.
Este responsável destaca a ligação com o vinho, com a presença de mais quatro dezenas de produtores da região dos Vinhos Verdes ao longo dos três dias do evento, e experiências que «mostram que o Norte de Portugal está a fazer um trabalho incrível no vinho e na gastronomia».
A realização conta «uma programação cuidada, que pretende também atrair novos públicos» e chamar os turistas que estão no Porto.
O Vinhos Verdes – Essência Festival é uma organização da Essência Company, com os apoios da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes e da Câmara Municipal do Porto.