O Diagnóstico das Dinâmicas Culturais Municipais de Guimarães dez anos depois da CEC’12: Contributos para a elaboração do Plano Estratégico Municipal Cultura Guimarães 2032” (CEC 12) foi apresentado ontem à tarde no Centro Cultural Vila Flor e deixa clara a importância que a Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012 teve no “berço da nacionalidade” portuguesa. A CEC2012 foi «ponto de viragem no desenvolvimento cultural da cidade», tendo criado «a base de um ecossistema cultural colaborativo».
Motivou um «aumento muito significativo da oferta cultural, da criação de novas infraestruturas e da capacitação e profissionalização do tecido cultura», mas 11 anos depois continuam por realizar muitos dos objetivos traçados na altura. «As expetativas do tecido cultural que não se concretizaram, devido à pouca preparação do pós-CEC2012», sublinha o estudo coordenado pelo investigador da UMinho Manuel Gama. O trabalho desenvolvido pelo Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, do Instituto de Ciências Sociais da UMinho vai mais longe. «Dez anos depois da CEC2012 não se geraram oportunidades suficientes para os artistas locais», refere o trabalho contratado peCM Guimarães la Câmara de Guimarães.
O estudo é especialmente crítico quanto ao crescimento da oferta cultural que foi prometida pela Capital Europeia da Cultura. «[O] crescimento e diversidade da oferta cultural ficou muito aquém do esperado, o que também contribuiu para que o desenvolvimento de públicos seja inferior ao espectável», refere o trabalho, dando nota que em Guimarães «observa-se uma maior apetência para a fruição cultural». Mas a procura pela criação cultural «foi menos acentuada em zonas mais rurais», pelo que «permanecem assimetrias entre os públicos do centro e periferia do concelho, entre as diferentes classes sociais, sendo que os públicos jovem e universitário continuam por atingir» avisa o estudo da UMinho, que também não deixa de apontar o dedo à «falta de estratégias de relacionamento e comunicação entre os artistas, o município e os públicos».
«Ainda há um longo caminho a percorrer no que concerne à mediação cultural, não obstante o trabalho de fidelização de públicos ter sido considerado como positivo», continua o trabalho, que vê novas «potencialidades do cartão Quadrilátero ainda por explorar plenamente». Isso apesar da «consistência e sustentabilidade das políticas culturais ao longo do tempo»; do «investimento em infraestruturas culturais» e do «aumento dos incentivos à criação artística e cultural» e do «reforço na formação» cultural. «ausência de uma rede de transporte adequada dificulta o acesso aos espaços e eventos cultu