Internamento, Hospital de Dia, Neonatologia, consultas externas pediátricas e Cuidados Intensivos, aqui pontualmente, foram serviços visitados em 2023 duas vezes por semana pelas equipas da Ânimas, uma associação que forma cães de assistência para pessoas com deficiência que se candidatem a este auxílio, sendo que estes, terminada a formação, são entregues gratuitamente aos novos donos.
“Chegou agora a vez das crianças com doenças oncológicas”, acrescentou a diretora do serviço.
Lembrando ser prática existente noutros países, com “bons resultados e sem riscos”, “segurança” que frisou ser “importante” para quem trabalha diariamente com os utentes, Maria Bom-Sucesso explicou que o “entusiasmo” detetado nas crianças sempre que nos corredores do hospital se cruzavam com os cães ajudou à decisão.
“Percebemos que não podíamos negar-lhes um contacto mais próximo e que fazia todo o sentido avançar para esta solução”, explicou a oncologista.
Para já com caráter semanal, a primeira visita foi feita pela dupla Catarina Cascais, tutora, e pelo Zazu, um golden retriever de 2 anos.
“O facto de ter acontecido apenas agora prende-se com o facto de garantir o máximo de bem-estar para as crianças, não havendo o mínimo risco para os utentes. Os nossos animais são sempre higienizados entre crianças, há um cuidado muito maior”, garantiu à Lusa a tutora.
A cadela Heartie, da raça Border Collie, tem 1 ano e faz dupla com Abílio Novais, e a Tika¸ uma labrador retriever de 3 anos, que faz dupla com Sílvia Peça, serão as próximas presenças nas semanas que se seguirão para acompanhar as crianças em tratamentos de quimioterapia e radioterapia, acrescentou Catarina Cascais.
As visitas, contou, duram entre 45 minutos a uma hora e, para já terão apenas a visita de uma dupla “por o espaço ser pequeno”.
Maria Bom-Sucesso sublinhou ainda que o projeto “faz a diferença para as crianças, familiares e profissionais”, assinalando que a presença dos cães de assistência contribui para “diminuir o stress, a ansiedade e até a dor, quando são utilizados para esse propósito”.
Questionada pela Lusa se, em determinados tratamentos, a presença dos cães pode ajudar as crianças a lidar com o sofrimento, a diretora do serviço admitiu-o como possível.