A eurorregião do Norte de Portugal e da Galiza reafirma a sua atratividade a nível mundial como um bom destino para viver e para investir. A ideia foi defendida, ontem, pelo presidente do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal, António Cunha, durante o almoço de Natal com órgãos de comunicação social dos dois lados da fronteira, que decorreu em Vigo.
O também presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte manifestou orgulho por esta ser a uma das comunidades de trabalho mais antigas a nível europeu. Este responsável enfatizou «o dinamismo das interações económicas», facilitado pela proximidade cultural entre os povos.
O antigo reitor da Universidade do Minho referiu que a zona fronteiriça do Norte de Portugal e da Galiza tem um «mecanismo económico florescente», o que faz com que a população esteja a crescer nos concelhos raianos e haja 15 mil trabalhadores transfronteiriços.
Aludindo às «situações algo peculiares» que Portugal e Espanha vivem a nível político, disse que o atual quadro de «complexidade e incerteza» acentua a importância da «cooperação de grande estabilidade» protagonizada pelo Norte de Portugal e pela Galiza.
«Vamos fazendo o nosso trabalho diário para continuar a construir uma eurorregião que seja um local atrativo para as pessoas que aqui vivem e para as pessoas que para aqui queremos atrair», declarou.
O dirigente regional sublinhou que a economia dos dois lados da fronteira está «articulada», seja em áreas tradicionais, como o setor têxtil, como a indústria automóvel do futuro, mais eletrónica e inteligente.
Em seu entender, a transição para uma economia do futuro será mais fácil se a eurorregião atuar em conjunto, designadamente na reconversão profissional dos trabalhadores.
Por outro lado, destacou que é preciso fazer perceber ao resto da Europa e do mundo, designadamente as zonas de onde provêm capitais fortes para investimentos, como a América do Norte, Ásia e Médio Oriente, que o Noroeste Peninsular é um lugar onde vale a pena investir.
O convidado especial foi Carlos Magno, jornalista e antigo presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que apelou à ação e à transformação das questões do Norte de Portugal e da Galiza em notícias nacionais.
Aposta na inovação para responder aos desafios do futuro
O diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal, Nuno Almeida, destacou, ontem, que os projetos que estão a ser dinamizados por esta estrutura traduzem uma «aposta na inovação» para responder aos desafios do futuro.
Este responsável apontou os projetos nos setores aeroespacial e da mobilidade sustentável associada ao hidrogénio.
Falando do trabalho desenvolvido no último ano, referiu a estruturação do cluster transfronteiriço de turismo e a assinatura do protocolo de cooperação entre o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial e o Conselho Sindical Interregional.
Destacou ainda o Programa “IACOBUS”, que tem como objetivo principal fomentar a cooperação e o intercâmbio entre os recursos humanos de universidades, instituições de ensino superior e centros tecnológicos.
Para além desta intervenção, o almoço de Natal ficou marcado pelas palavras do diretor-geral de Relações Exteriores e com a União Europeia da Xunta da Galícia, Jesús Gamallo, que desafiou os órgãos de comunicação a lançarem olhar global para a eurorregião.
Ficou também o compromisso de ser estudada a possibilidade de um programa de intercâmbios direccionado para os jornalistas da eurorregião, na linha do Programa “IACOBUS”.