twitter

Presidente da Câmara de Viana do Castelo pede solução para "indefinição" na ULSAM

Presidente da Câmara de Viana do Castelo pede solução para "indefinição" na ULSAM
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 13 de dezembro de 2023, às 14:25

A administração da ULSAM está desde novembro reduzida a dois elementos.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, pediu esta terça-feira uma solução para a “indefinição” na administração da Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM), que está desde novembro reduzido a dois elementos.

“Ou é nomeado um conselho de administração [CA] completo ou é substituído de forma plena, ou transitória até haver um novo governo. Podemos estar a falar de mais cinco ou seis meses até uma normalidade governativa após as eleições [antecipadas] de março. É estranha a indefinição e todo o tempo que já passou. Peço que façam um ‘zoom’ ao distrito e percebam que as coisas não podem continuar assim”, defendeu Luís Nobre, em declarações aos jornalistas no fim da reunião pública do executivo.

O autarca explicou que, em outubro, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho recebeu a informação de que “foi indicado um nome [de Vitor Herdeiro, para a presidência do CA da ULSAM], que esse nome aceitou”, tendo sido pedido à CIM “que indicasse o seu representante na ULSAM, o que fez”.

A 17 de outubro, o presidente da CIM do Alto Minho, Manoel Batista, disse à Lusa que Victor Herdeiro, nomeado em março de 2021 presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), já estava “a constituir a equipa” que o acompanhará na administração da ULSAM, assumindo funções em novembro. “A indicação que tenho é que tinha sido convidada essa personalidade, que tinha aceitado e estava a constituir o CA”, disse hoje Luís Nobre.

O que se passou entretanto, diz, é “inexplicável”. “A CIM do Alto Minho comunicou ao Ministério Saúde o nome escolhido para fazer parte de um CA que acabou por não ser nomeado. Não houve, do ministério, qualquer objeção ao nome indicado pela CIM”, observou o presidente da Câmara de Viana do Castelo. Neste momento, Luís Nobre diz desconhecer “o que está em causa” - se a nomeação ou tomada de posse do novo CA.

Assinalando que a competência para a nomeação é “do governo, através do ministério da Saúde ou da Comissão Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, o autarca socialista pediu uma solução e uma indicação de que a ULSAM “está em condições de funcionamento”. “Alguém me assegure que estão reunidas todas as condições de funcionamento da ULSAM”, frisou, indicando desconhecer até se o CA da unidade de saúde pode tomar decisões estando a funcionar com uma minoria dos membros que o compõem – dois dos cinco elementos.

Para o autarca, “há um limite para dar tempo”. “Chega a uma altura em que tenho o direito de me deixar invadir por uma desconfiança que julgo que já é generalizada. Empenhei-me de forma absoluta no recato e normalização deste processo. Neste momento começo também a sentir-me preocupado, para não dizer irritado”, afirmou.

O mandato do atual conselho de administração da ULSAM terminou em 2019 mas foi prorrogado até 31 de dezembro de 2021 devido à pandemia de Covid-19. Atualmente, o CA da ULSAM está reduzido a dois dos seis elementos, funcionado apenas com o presidente, Franklim Ramos e uma vogal. Tal aconteceu após a renúncia, com efeito a 1 de outubro, da diretora clínica e, no final do mês, da enfermeira diretora. O lugar do representante dos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo está por ocupar desde as últimas eleições autárquicas de 2021.

A ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, e algumas populações vizinhas do distrito de Braga. Em todas aquelas estruturas trabalham mais de 2 500 profissionais, entre eles, cerca de 500 médicos e mais de 800 enfermeiros.