O candidato à liderança do PS Pedro Nuno Santos afirmou hoje que o PSD quer “liberalizar, privatizar e desregular” o Estado social e acusou Luís Montenegro de “descaramento” nas promessas que fez aos pensionistas.
Num almoço-comício em Guimarães, distrito de Braga, Pedro Nuno Santos admitiu que é necessário reformar o Estado social, mas sublinhou que o PS “não quer fazer as reformas que eles [PSD] querem fazer”.
“Nós não temos a mesma visão que eles têm do conceito de reforma. Quando eles falam em reformas estruturais, só significa que estão a falar de liberalizar, privatizar, desregular. É esse o seu projeto, sempre entregaram ao mercado parte do nosso Estado social”, referiu.
Sobre a recente promessa do líder do PSD de aumentar as pensões, Pedro Nuno Santos falou em “descaramento”.
“O PSD tem de prometer, de contrariar o que tem sido a sua prática política”, afirmou, sublinhando que os pensionistas são “os cidadãos que [os sociais-democratas] mais maltrataram”.
Na sua intervenção, o candidato disse ainda que quer trabalhar para que “o Serviço Nacional de Saúde torne desnecessário” o recurso aos seguros privados de saúde.
“Nós temos bem a consciência de que uma parte da nossa população tem recorrido de forma crescente aos seguros privados de saúde, confiam menos no Serviço Nacional de Saúde e que recorrem cada vez mais aos seguros privados de saúde. Nós temos de conseguir que o Serviço Nacional de Saúde torne desnecessário esse recurso”, disse.
Afirmou mesmo que um dos seus “maiores desígnios” é garantir que o Serviço Nacional de Saúde “cumpra aquela que foi a sua função” de criar liberdade e segurança.
Dando como exemplo a questão da localização do novo aeroporto de Lisboa, que vem sendo discutida há meio século, Pedro Nuno Santos defendeu que é necessário agir, porque “Portugal não pode sistematicamente estar a adiar os seus sonos”.
“Como diz o povo, mais vale feito do que perfeito”, referiu, para vincar que “não há decisões perfeitas”.
Pedro Nuno Santos recusou o rótulo de radical, afirmando-se apenas “frontal” e um homem “com convicções”.
“Tudo aquilo que eu vos disse não é ser radical, não é ser moderado, é ser socialista. Confunde-se em Portugal o radicalismo com ter convicções. Eu cá tenho convicções e sou frontal”, vincou.