De acordo com o documento, consultado pela agência Lusa, a inscrição da manifestação Feiras Novas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial destaca “a relevância desta prática enquanto reflexo da identidade da comunidade de Ponte de Lima no presente, a sua importância histórica no desenvolvimento cultural e económico do território em que se insere, as dinâmicas de transmissibilidade de práticas desenvolvidas ao longo de gerações na comunidade e entre os grupos e intervenientes mais diretamente associados”.
A proposta de classificação das Feiras Novas, celebradas em honra de Nossa Senhora das Dores, partiu da Câmara de Ponte de Lima, que submeteu o pedido em 2016, tendo sido feitos sucessivos pedidos de aperfeiçoamento pela DGPC, de acordo com os dados do processo.
Em comunicado, a Câmara de Ponte de Lima refere que “a decisão favorável da DGPC traduz-se no reconhecimento público da pertinência das Feiras Novas – assim designadas desde 1826, ano da autorização oficial por Provisão Régia da Chancelaria de D. Pedro IV que permitiu o alargamento da festa para três dias – enquanto reflexo da comunidade ponte-limense, espelhando a identidade de um povo arraigado na terra, na ruralidade e na devoção à Senhora das Dores”.
Enquadradas “na categoria das festividades cíclicas, marcadas por um forte pendor religioso e cultural, as festas concelhias vão buscar as suas raízes à devoção a Nossa Senhora das Dores e ao apego à terra e às tradições, apresentando e mantendo um programa eclético que estabelece uma simbiose perfeita entre o ciclo da natureza e o calendário litúrgico”.
Organizada pela Associação Concelhia das Feiras Novas e pela câmara municipal, a romaria decorre em setembro. As tradicionais rusgas do Alto Minho, que junta centenas de tocadores de concertina e cantadores ao desafio, é um dos pontos altos do programa.
Naquele dia, a arruada de concertinas que dá início às festas arranca às 21:30 e dura até ao amanhecer, juntando cantadores e tocadores, mas também muitos outros que se vão juntando à festa de uma forma espontânea.
O programa inclui, entre outros números, os tradicionais cortejos etnográfico e histórico, a feira do gado e os concursos pecuários.
O ribombar dos bombos, grupos de Zés Pereiras, gaiteiros, concertos de bandas de música, fado, folclore, tocatas, fogo-de-artifício, uma corrida de garranos e uma tourada integram o programa da festa anual de Ponte de Lima.